Polícia Ambiental recolhe 10 animais silvestres de ruas de Brasília

A Polícia Militar Ambiental do Distrito Federal recebeu até as 14h desta terça-feira (24) dez chamados para recolhimento de animais silvestres soltos em várias regiões do DF. Entre os registros há o caso de uma raposa atropelada no Lago Sul, um pica-pau machucado em Samambaia e até um camaleão em Arniqueiras.

De acordo com a central de atendimento da Polícia Ambiental, o número de ocorrências é atípico. “Em média atendemos entre cinco e seis chamados por dia”, explicou o cabo Leonardo Cardoso.

Segundo a polícia, o caso mais grave é o da raposa. Ela foi atropelada na segunda-feira, perto da Escola Fazendária, no Lago Sul. A motorista levou o animal para uma clínica veterinária. Nesta terça, a raposa foi recolhida por uma equipe da Polícia Ambiental com uma machucada e sob estresse.

Os policiais também receberam chamados para recolher macacos, tartarugas e corujas. Na QNN 19, em Ceilândia Norte, um macaco ficou preso entre duas telhas da casa 48. O recolhimento não pôde ser feito porque o animal corria o risco de se ferir. A recomendação foi de que a família esperasse o bicho sair do local por conta própria.

Uma coruja machucada foi resgatada em uma escola na Candangolândia. Outra coruja ameaçava atacar moradores da quadra 18, em Águas Claras. O animal não foi recolhido porque não apresentava ferimentos.
Em Arniqueiras, os policiais receberam chamados para apanhar uma tartaruga e um camaleão, animal que não faz parte da fauna nacional. O policial diz ser comum o abandono de tartarugas por pessoas que compram o animal, mas se arrependem depois.

Entre as ocorrências desta terça-feira está também a do recolhimento de gambás. Um deles invadiu o setor de peças de uma concessionária de veiculos, na Asa Norte.

O gambá ganhou dos funcionários o nome de “Rogério”, em homenagem à pessoa que o encontrou. Segundo os policiais, a captura de gambás é a ocorrência mais comum nas áreas urbanas. “Recolhemos de três a quatro por dia. Eles saem em busca de comida e se escondem.”

Os animais recolhidos são levados para o Centro de Triagem de Animais Silvestres (Cetas), do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama). Para evitar o aparecimento dos animais em residências e comércio, a recomendação dos policiais ambientais é evitar alimentá-los ou deixar comida à vista.

A polícia também está investigando uma denúncia anônima de maus tratos a animais no Riacho Fundo 2. O denunciante informou que um homem que cria dois papagaios e uma jandaia, uma espécie de periquito, teria depenando os animais no fim de semana.

Onça – Há uma semana, as câmeras de vigilância do Superior Tribunal de Justiça (STJ), em Brasília, flagraram uma onça caminhando perto do estacionamento norte da corte.

De acordo com o sargento Evandro Pereira, do Batalhão de Polícia Militar Ambiental, se tratava de uma onça parda adulta, também conhecida como suçuarana, com cerca de 40 quilos.

Durante dois dias os agentes da Polícia Ambiental e funcionários do Zoológico de Brasília trabalharam no resgate da suçuarana, que não deixou rastros, o que dificultou a sua captura. Ela foi vista pela última vez ao lado do estacionamento do STJ.

O biólogo Tiago Carpi informou que o animal só passou pela cidade porque as áreas de preservação ambiental estão desmatadas. “É um animal que só atacaria um homem se ele se sentisse ameaçado”, explicou Carpi.
A polícia ambiental disse que o trabalho de busca só será retomado se alguém ligar no número 190 para relatar uma nova aparição do animal. (Fonte: Káthia Mello/ G1)