A bacia do rio São Francisco será beneficiada pelo programa Desafio sobre Água e Alimentos. O diretor geral do Instituto Internacional de Manejo de Água (IWMI), Frank Rijsberman, está no Brasil para discutir as bases do programa com a Embrapa – Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária. Há duas semanas, o presidente da Embrapa assinou um contrato com o programa para poder participar efetivamente.
Em palestra nesta quinta-feira (25), para os técnicos da Embrapa, Rijsberman disse que o programa tem como principal objetivo a racionalização do uso da água na agricultura, para a garantia da segurança alimentar, a preservação do meio ambiente e a prevenção de enfermidades. “A bacia foi escolhida pois tem grande potencial hidrográfico. Porém, muitos problemas não deixam que todo esse potencial seja utilizado”, observa.
Além do Rio São Francisco já estar no seu limite de uso de água, também conta com problemas como redução da população de peixes, desmatamentos das margens, não tratamento de esgoto e conflitos de interesse entre o uso para geração de energia, agricultura e uso humano e animal.
Para a primeira etapa – próximos cinco anos -, o projeto conta com investimentos de US$ 55 milhões. Porém Rijsberman informou que há projetos para aumentar o orçamento para US$ 75 milhões. Os recursos disponíveis para a bacia de bacia de São Francisco dependerão do empenho do Brasil, principalmente da Embrapa, em apresentar projetos e participar dos programas implantados.
Até o momento, a Embrapa apresentou três projetos, sendo que, um deles, a integração da Bacia de São Francisco com outras grandes bacias próximas, como Itaparica e Três Marias, já foi aprovado. “Esse é um projeto de extrema importância,mas para que tenhamos todas as bacias da região integradas devemos levar de dez a 15 anos”, diz.
Os outros programas apresentados foram: o desenvolvimento de cereais e leguminosas para sistema de cultivo sustentável voltado para a segurança alimentar e bem estar da região, melhor produtividade no uso da água em ambientes agrícolas, e a modelagem e o manejo da água para fins agrícolas na bacia de Paracatu, rio tributário que despeja água no São Francisco.
O programa abrange nove bacias hidrográficas em várias regiões do mundo, como África do Sul, Índia e China. “O Brasil está sendo inserido no programa este ano, pois possui uma base tecnológica importante no uso da água e um enorme potencial hidrográfico. Além de dividir isso com os outros países queremos dar recursos para o bom aproveitamento desse potencial”, afirma Rijsberman. (Agência Brasil)