Ciclone mata 2 e centenas ficam desalojados em SC e RS

O ciclone extratropical que atingiu os estados de Santa Catarina e Rio Grande do Sul, com ventos de até 150 quilômetros por hora na madrugada deste domingo, provocou a morte de um adulto e uma criança, destruiu 20 mil residências e deixou centenas de famílias desabrigadas. De acordo com a Defesa Civil dos dois estados, 40 cidades foram atingidas.

Em Santa Catarina, uma árvore caiu sobre um veículo, matando o motorista e ferindo outros dois ocupantes. No Rio Grande do Sul, uma criança morreu durante o desabamento de uma casa. Ela estava com os pais, que conseguiram fugir antes do desabamento.

A situação é crítica na BR-101 no trecho entre Criciúma e Araranguá, onde pelo menos 50 árvores foram derrubadas. No município de Criciúma, em apenas uma escola, estão 95 desabrigados, sendo 35 crianças. Em Araranguá, 200 casas foram destelhadas ou completamente destruídas pela força dos ventos.

A cidade de Torres, no litoral norte do Rio Grande do Sul, está com cerca de 300 famílias desabrigadas, sem telefone e energia elétrica. A prefeitura decretou estado de emergência. Muitos municípios estão sem luz e as ondas no litoral chegam a cinco metros de altura.

Quatro embarcações estão desaparecidas no litoral Sul de Santa Catarina. O Salva-mar da Marinha do Rio Grande do Sul está em estado de alerta. Ainda há muita ventania, com rajadas que chegam a 100 quilômetros por hora, além de pancadas de chuva.

Duas cidades do litoral sul de Santa Catarina, Sombrio e Rincão, tiveram todos os postes de luz arrancados com a passagem do ciclone extratropical Catarina pela região. A Celesc, companhia de energia local, deu prazo de 72 horas para restabelecer o fornecimento de energia. Nas cidades de Arroio do Silva e Rincão 50% das construções foram atingidas.

Segundo o Clima Tempo, o ciclone extratropical Catarina começará a perder força de agora em diante. Os ventos estão com velocidade de 50 quilômetros por hora. Mas áreas de instabilidade ainda podem provocar fortes tempestades.

O Centro de Meteorologia do estado disse ter ficado surpreendido pelo fenômeno, que já está sendo classificado por alguns especialistas de furacão de nível 1, o mais fraco. Nas imagens de satélite, o ciclone extratropical, com características tropicais, é muito parecido com um furacão que costuma atingir o Atlântico Norte, o Mar do Caribe, o Golfo do México e o Pacífico Leste, ao Norte do Equador.

“Esse ciclone é incomum no Brasil porque se desprendeu do restante da frente fria. É a primeira vez que eu vejo um ciclone extratropical perto do Brasil tão concentrado assim”, disse Francisco de Assis Diniz, chefe do Centro Nacional de Previsão do Instituto Nacional de Meteorologia, surpreso com a imagem mostrada pelos satélites. (TudoParaná)