O ciclone extra-tropical, que deixou um rastro de destruição em 41 cidades no sul do país na madrugada de domingo (28), já está se dissipando e perdendo a força. A informação é da meteorologista Ana Maria Matos, do INMET – Instituto Nacional de Meteorologia que descartou a possibilidade do ciclone atingir o Rio de Janeiro. Segundo ela, as imagens do satélite mostram apenas uma pequena nebulosidade no norte do Rio Grande do Sul e litoral de Santa Catarina, que deve provocar chuvas fracas e ventos fracos e moderados na região, a mais atingida pela passagem do ciclone.
Os ventos do ciclone extra-tropical, batizado de “Catarina”, atingiram 150 quilômetros por hora. Duas pessoas morreram, centenas ficaram desabrigadas. A Capitania dos Portos de Santa Catarina não havia localizado os 12 tripulantes de dois barcos pesqueiros naufragaram depois de enfrentar ondas de até cinco metros.
A Secretaria de Defesa Civil do Município do Rio de Janeiro continua monitorando as imagens dos satélites do Instituto Nacional de Meteorologia e mantém o estado de alerta. De acordo com a Defesa Civil, a precaução se deve ao fato do ciclone “Catarina” ter causado um estrago muito maior do que era esperado no sul do país.
Prejuízos – Os municípios do extremo sul catarinense começam a contabilizar os prejuízos após a tragédia provocada pelo ciclone que devastou 15 cidades da região, no último final de semana. As prefeituras se preparam para decretar nesta segunda-feira (29) “situação de emergência” ou de “calamidade pública” nos locais mais atingidos pelo fenômeno.
Cinqüenta por cento da rede de energia elétrica estão danificados. Cerca de 70% das residências nos 15 municípios foram atingidas e permanecem sem luz e sem água. A maioria das casas pertence a moradores carentes que tiveram perda total. As escolas também foram prejudicadas, algumas estão destelhadas.
Segundo o secretário Regional de Desenvolvimento Social, Alveri de Sá, o socorro às vítimas ainda é muito precário. Até mesmo as lonas normalmente usadas para improvisar abrigos temporários não são encontradas na região.
Os 15 municípios afetados respondem pela produção de 45% de arroz no Estado de Santa Catarina. Foram colhidos apenas 30% da safra. Do restante da lavoura, calcula-se que a metade tenha sido destruída pelos ventos.
O secretário informou que os moradores não foram pegos de surpresa, já que receberam orientação da Defesa Civil, Segurança Pública e Secretaria de Saúde sobre como proceder durante a passagem do ciclone. Quanto à falta de água, as prefeituras prometem providenciar carros-pipa para suprir o abastecimento.
O município de Torres, no litoral norte do Rio Grande do Sul, está em situação de emergência por causa do ciclone, que devastou a região no domingo, atingindo três mil residências no estado.
Segundo a Defesa Civil, vários pontos da cidade ainda estão sem luz, principalmente na área central. Dez equipes da CEEE – Companhia de Energia Elétrica estão nas ruas para que o serviço seja normalizado no fim da tarde. Foram retomadas as operações de corte de árvores caídas e recuperação das casas. Ainda falta água potável em parte da cidade. Cerca de 10 mil usuários permanecem sem telefone. O sistema deve voltar ao normal no decorrer do dia. As aulas nas escolas municipais foram suspensas até quarta-feira (31).
Cidade gaúcha mais afetada pelo ciclone extratropical, Torres vai receber auxílio do governo do Estado para se reerguer. A garantia foi dada pelo governador Germano Rigotto, depois de sobrevoar o município para ver o tamanho dos estragos. Ele já fez parceria com o prefeito José Batista da Silva Milanez para ceder material de construção, principalmente telhas, a fim de reconstruir as moradias.
(Agência Brasil)