Pesquisadores da USP de Pirassununga estão utilizando chips, sensores e softwares para monitorar a temperatura de animais à distância, via computador. Inédito no mundo, o sistema vem sendo testado em dez vacas leiteiras da raça holandesa. O equipamento deverá ser validado até o final de 2004, com previsão de disposição para escala industrial já em 2005.
Implantado na mucosa retal do animal, o sensor de temperatura mede 3mm de comprimento por 2mm de largura e apenas 0,5mm de espessura. O sensor é ligado a um chip, localizado no dorso do animal e que transmite, via freqüência de rádio, todas as informações referentes à temperatura do animal para um software que as processa e fornece os dados, em tempo real.
“Este projeto integra um conjunto de sistemas que deverão ser implantados na área de zootecnia de precisão”, informa o professor Evaldo Antonio Lencioni Titto, responsável pelo Laboratório de Biometeorologia e Etologia, do Departamento de Zootecnia da Faculdade de Zootecnia e Engenharia de Alimentos (FZEA) da USP de Pirassununga. Segundo o pesquisador, outros tipos de sensores e chips já estão sendo desenvolvidos e testados para captar dados de controle de freqüência respiratória, níveis hormonais e até mesmo freqüências cerebrais.
O monitoramento da temperatura dos animais em seu estado natural, no dia-a-dia, trará benefícios principalmente às ações de manejo. Titto explica que o estresse detectado através deste monitoramento pode indicar desde como deve ser distribuída e dimensionada a sombra no local da criação, até a determinação de melhores horários de alimentação e de ordenha.
“Em um rebanho em manejo extensivo, por exemplo, com o chip instalado em apenas um animal é possível se fazer um diagnóstico de comportamento e de indicações de manejo”, garante o professor. O experimento deverá ser estendido a outras espécies, como suínos, bubalinos e aves.
(Com informações da Agência USP de Notícias)