Um objeto celeste caiu ontem, por volta das 8h30 de terça-feira (18), no Oceano Atlântico, provavelmente em águas paranaenses. Diversos órgãos de defesa aérea foram contatados por pessoas relatando o evento, a maioria informava ser um avião em chamas. Mas essa hipótese foi descartada logo nas primeiras investigações. Cientistas do departamento de astrofísica do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) investigam a possibilidade de um meteorito ter caído nas proximidades do continente.
O fenômeno foi descrito como uma bola de fogo seguida por um rastro de fumaça, alarmando quem chegou a avistá-lo. Foram registrados relatos desde a cidade de Ilha Comprida, no litoral de São Paulo, até Florianópolis, em Santa Catarina, numa distância aproximadamente 800 quilômetros. Diversas pessoas que também passavam pelas estradas do litoral do Paraná acionaram os postos da polícia rodoviária.
Grande parte dos comunicados se concentrou no Centro Integrado de Defesa Aérea e Controle de Tráfego Aéreo (Cindacta 2), ligado ao Comando da Aeronáutica e instalado em Curitiba. Uma equipe do Salvaero vasculhou o litoral na procura de algum avião acidentado. Entretanto nenhuma evidência de acidente foi constatada.
Um fato intrigante cercou o início as investigações. Os radares do Cindacta 2, que cobrem cerca de 190 quilômetros mar adentro, não detectaram nenhuma anormalidade pela manhã. A conclusão dos especialistas do Inpe e do físico e astrônomo José Luiz da Silva, de Curitiba, é que a área de impacto foi no mar. “Não dá para dizer se foi lixo espacial ou meteorito”, explica Silva.
As principais suspeitas, no entanto, recaem para a queda de um meteorito, pois as descrições são compatíveis com esse tipo de fenômeno. Em segundo plano se encontra a reentrada na atmosfera de uma grande massa de lixo espacial. “ Há grandes possibilidade de ser um pequeno meteorito formado por um bloco de ferro”, afirmou a astrônoma do Observatório Nacional Daniela Lázzaro.
O primeiro relato foi feito por membros da colônia de pescadores da cidade de Matinhos, no litoral do estado. Segundo o tenente Diogo Rodrigues, do Corpo de Bombeiros local, um grupo de quatro colonos contou que vira um bólido incandescente no céu, que estava limpo na hora. O corpo pôde ser avistado com detalhes mesmo de longa distância.
A Capitania dos Portos do Paraná, situada em Paranaguá, desconhecia o evento. Nenhuma embarcação buscou o posto da Marinha para informar ocorrências atípica na costa do estado ou mesmo em alto mar.
Segundo a astrônoma Daniela, são computados por ano a queda de 20 asteróides no planeta, todos na faixa de 10 metros de circunferência. O impacto de um meteorito desse tamanho arrasaria uma cidade do tamanho de Curitiba. Eles, no entanto, esfacelam-se antes de atingir a superfície, por conta do atrito com a atmosfera. “Já os micro-meteoritos têm poucos centímetros e são conhecidos como estrelas cadentes”, diz a pesquisadora.(Gazeta do Povo)