Pescadores da Lagoa Rodrigo de Freitas recolheram três toneladas de peixes da espécie savelha mortos, entre sábado (26) e esta segunda-feira (28). O vice-presidente da Superintendência Estadual de Rios e Lagoas (Serla), Altamirando de Moraes, garante que está havendo apenas uma adaptação da espécie.
“Não sabemos por que motivo a savelha se reproduziu em excesso no último verão, e o ecossistema não comporta tantos peixes dessa espécie. Mas somente a savelha está morrendo e isso não vai afetar as centenas de outras espécies que vivem na lagoa”, afirmou.
Moraes explica ainda que, apesar de a maré estar baixa, as condições da água na lagoa estão dentro dos padrões recomendados. “O nível de oxigênio dissolvido está em 8 miligramas por litro, a salinidade em 15% e a temperatura entre 26 e 24 graus está muito boa. Oxigênio acima de 4 miligramas por litro já é considerado um bom nível e só há mortandade de peixe com a temperatura acima dos 30 graus”, afirmou o vice-presidente.
Os dados foram medidos pela Fundação Estadual de Engenharia de Meio Ambiente. Os pescadores, no entanto, estão preocupados. Eles temem que a savelha, que é um peixe frágil, seja um aviso de que outras espécies começarão a morrer.
“A maré está mais baixa que o normal. Além disso, a savelha, que não tem valor comercial, se reproduziu muito, e consome o fitoplâncton, que faz a fotossíntese e oxigena a água. Sem oxigênio, outras espécies vão morrer”, afirmou o presidente da colônia de pescadores Z-13, Ricardo Montalvani.
Montalvani disse ainda que os peixes não engordaram, já que tiveram a quantidade de alimento reduzido pelas savelhas. “As redes artesanais não conseguem capturar o peixe que não engorda”, afirma. Ele pede que o governo do Estado autorize a pesca industrial na Lagoa Rodrigo de Freitas a fim de reduzir a quantidade de peixes. (Estadão Online)