A tentativa do Japão de reinstituir a caça comercial de baleias sofreu a primeira derrota importante na reunião anual da Comissão Baleeira Internacional nesta segunda-feira (19). A maioria dos 57 membros do grupo rejeitou o pedido de votação secreta do fim da moratória que vigora desde 1986, para evitar o desaparecimento desses mamíferos marinhos.
Ativistas disseram que o sistema de votação proposto pelo Japão permitira aos países manter publicamente sua oposição à caça, enquanto negociavam acordos a portas fechadas para sua retomada. Vinte e quatro países votaram a favor do voto secreto. “Parece que a maioria pró-conservação vai se agüentar mais um ano”, comentou Susan Lieberman, da ONG ambientalista WWF, preocupada com a votação apertada.
A derrota não deve dissuadir o Japão da idéia de buscar a autorização para captura de 2.914 baleias minke no Oceano Antártico – declarado santuário pela comissão. Estima-se que o valor somado das quase 3 mil baleias no mercado chegasse a US$ 300 milhões. Atualmente, o Japão tem permissão para caçar cerca de 400 baleias por ano, como parte de um controverso programa científico.
A Comissão Baleeira Internacional foi criada em 1946, para controlar a indústria e assegurar que as baleias não fossem caçadas até a extinção. O Japão diz que, se não conseguir substituir a moratória por um sistema de caça sustentável até o ano que vem, vai deixar a comissão. (Globo.com)