Operação do Ibama protege Amazônia de desmatamento e queimadas

Até o final de dezembro será realizada a Operação Ponto do Abunã, na região de fronteira dos estados do Amazonas, Acre e Rondônia. Iniciada há três semanas, a operação visa preservar a região amazônica contra queimadas, desmatamento, comércio ilegal de madeiras nobres, tráfico de animais silvestres e pedras preciosas, e até o trabalho escravo.

O gerente executivo do Ibama – Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis no Acre, Anselmo Forneck, explica que a operação faz parte do Plano Nacional de Combate ao Desmatamento e Queimadas e que os resultados têm sido positivos. “Nos anos anteriores havia operações tímidas. Agora, com a coordenação do Ibama dos três Estados envovidos e a participação da Polícia Federal, do Exército, Sistema de Proteção da Amazônia e Procuradoria da República do Estado do Amazonas, temos conseguido evitar de 70% a 80% do desmatamento naquela área, em relação aos últimos dois anos”, afirma Forneck.

A maior parte dos recursos do Plano Nacional de Combate ao Desmatamento e Queimadas é destinada à regularização fundiária de terras da União, um dos fatores principais do desmatamento. A região escolhida para implantar a operação, segundo os coordenadores, é considerada área de difícil acesso e vulnerável. Nesta quinta-feira (19), o Exército participou da cobertura aérea da região.

Desde o lançamento da operação Ponto do Abunã, em maio, pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva e pela ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, foram apreendidos mais de 2 mil metros cúbicos de madeira, inúmeras motoserras, tratores e equipamentos. A dificuldade, de acordo com Forneck, tem sido prender os envolvidos, mas os ocupantes das terras pertencentes à União estão sendo investigados. Com a ajuda do Ministério do Trabalho e da Procuradoria da República, a operação também vem combatendo o trabalho escravo.

O gerente executivo do Ibama no Acre destaca ainda a identificação de um grande número de estradas vicinais abertas pelos madeireiros e o desmatamento de terras por grileiros. “A região deve ter algo em torno de mil quilômetros de estradas abertas clandestinamente. Agora, com o monitoramento da área, tudo o que seja transportado nessas estradas irregularmente poderá ser apreendido”, explica. (Agência Brasil)