A Rede de ONGs da Mata Atlântica, o WWF-Brasil, o Conselho Nacional da Reserva da Biosfera da Mata Atlântica e o ISA – Instituto Socioambiental lançaram nesta quinta-feira (19), um livro que reúne os resultados de um mapeamento das ações em prol da conservação, recuperação e uso sustentável na Mata Atlântica entre 1990 e 2000. O “Quem faz o que pela Mata Atlântica” é resultado de um projeto desenvolvido pelas quatro instituições com o intuito de potencializar o intercâmbio de conhecimentos e o planejamento de atividades desenvolvidas em benefício da
Mata Atlântica.
Para mapear as experiências realizadas na década de 90 por órgãos públicos, organizações não-governamentais (ONGs), empresas públicas e privadas, universidades, escolas, instituições de pesquisa públicas e privadas, movimentos sociais, sindicatos, cooperativas, entre outras instituições, em um dos biomas mais ameaçados do planeta, do qual restam apenas 7% da área original, foi desenvolvido entre fevereiro e novembro de 2001, o projeto “Avaliação do Esforço de Conservação, Recuperação e Uso Sustentável dos Recursos Naturais da Mata Atlântica”, conhecido como Quem faz o que pela Mata Atlântica.
De acordo com o cadastramento realizado por instituições espalhadas pelos 17 estados onde ocorre a Mata Atlântica, foram realizados no bioma 829 projetos entre 1990 e 2000, dos quais 82 não foram analisados devido à lacuna das informações fornecidas. Dos 747 projetos analisados, 456 tinham como objetivo principal a conservação da Mata Atlântica, 137, a recuperação, e 154, o uso sustentável.
As ONGs responderam pela execução da maior parte deles (47%). Em seguida, aparecem os órgãos públicos municipais (20,77%). Considerando que alguns projetos envolvem mais de uma ação, o principal componente de 162 deles foi educação ambiental, de 138, pesquisa e monitoramento, de 137, proteção de espécies de flora e faunas nativas, de 134, apoio às Reservas Particulares de Proteção Natural (RPPNs), e de 122, apoio às Unidades de Conservação públicas.
O bioma recebeu um investimento de R$ 390 milhões na década de 90. Mais de 55% foram repassados a Estados, apesar de mais de 70% deles terem abrangência municipal e local. O FNMA – Fundo Nacional do Meio Ambiente foi o financiador do maior número de projetos (180), seguido do Unibanco Ecologia (166) e da Fundação O Boticário de Proteção e Natureza (91).
Com tiragem de 2 mil exemplares, que serão distribuídos prioritariamente a organizações da sociedade civil e instituições públicas que atuam no bioma, a publicação apresenta uma análise das experiências cadastradas, a distribuição geográfica dos projetos em mapas e a síntese dos dados por área de abrangência nacional, estaduais e municipais.
Além disso, inclui um CD-ROM com a versão integral da publicação em formato PDF, base de dados completa dos projetos cadastrados e um programa simplificado que permite aos usuários que não disponham de programas de banco de dados obterem listagens com diversas opções de cruzamento de informações. O conteúdo do CD-ROM está disponível também no site das quatro instituições. (WWF-Brasil)