Queimadas deixam Brasil em alerta

Clima seco, estiagem prolongada, uso do fogo por agricultores, queima de lixo em área urbana. Estes são alguns dos motivos que provocam aumento no número de queimadas e focos de calor por todo Brasil.

De acordo com dados do Programa de Prevenção e Controle de Queimadas e Incêndios Florestais na Amazônia Legal (Proarco), só na Amazônia, dos 57 mil hectares queimados este ano, mais da metade ocorreu nos meses de julho e agosto.

No Mato Grosso, por exemplo, já foram contabilizados aproximadamente 33 mil focos de calor em 2004, o que coloca o estado em primeiro lugar no ranking de queimadas, com cerca de 69% dos focos registrados no Brasil. “Estamos passando pelo período mais crítico no estado do Mato Grosso e no Brasil. Das 35 unidades de conservação do estado, em 21 há registros de focos de calor”, afirma o coordenador estadual do Sistema Nacional de Prevenção e Combate aos Incêndios Florestais (Prevfogo) do Mato Grosso, Romildo Gonçalves.

Esta semana, em Goiás, brigadistas do Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e o Corpo de Bombeiros conseguiram controlar o incêndio no Parque Estadual da Serra Dourada. Calcula-se que pelo menos 2.800 hectares de mata foram destruídos pelo fogo.

Para o combate às queimadas o Ibama vem adotando algumas medidas de prevenção. Como o fogo é utilizado para limpeza de culturas e abertura de novas áreas, para pecuária e agricultura, nos estados com um maior número de focos de calor, as queimadas estão proibidas desde o dia 15 de julho até 15 de setembro. Outra medida do Ibama, junto com o Ministério do Meio Ambiente, é o Plano Nacional de Combate ao Desmatamento e Queimadas. O secretário de Biodiversidade do Ministério do Meio Ambiente, João Paulo Ribeiro, explica que o plano tem promovido diversas ações contra as queimadas. “Nas regiões mais críticas, implementamos uma série de seminários e cursos de formação, capacitação e treinamento de agentes locais. Estamos alertando a população sobre os riscos ambientais e distribuímos kits de combate e prevenção a queimadas em vários pontos onde os focos se concentram”, diz.

As áreas mais atingidas pelo fogo são as unidades de conservação, as áreas indígenas, os assentamentos rurais e florestas que ficam à margem das vias públicas e federais.(Radiobras)