Madeireiros e pecuaristas foram multados em R$ 70 milhões durante a operação Tauató, do Ibama – Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis. A ação de combate aos desmatamentos ilegais, que foi desencadeada nos municípios de Lábrea e Boca do Acre, no sul do Amazonas, durou 90 dias e evitou a derrubada de cerca de 100 mil hectares de floresta, apreendeu 20 mil metros cúbicos de madeira, três tratores, seis motosserras e destruiu cinco acampamentos de madeireiros de médio porte capazes de desmatar 25 hectares por dia.
A operação foi coordenada pelo Ibama com parceira de diversos órgãos federais e estaduais ligados à questão ambiental no estado do Amazonas. Os resultados da operação Tauató foram anunciados nesta segunda-feira (27) pelo gerente executivo do Ibama no Amazonas, Henrique dos Santos Pereira, em entrevista coletiva realizada na sede do instituto. As ações de fiscalização começaram no dia 29 de agosto com objetivo de prevenir, conter e punir os responsáveis pela prática de crimes ambientais na região sul do estado, conhecida como arco do desflorestamento.
“Conseguimos dar mais qualidade ao trabalho do Ibama na medida em que nosso trabalho de inteligência conseguiu identificar os verdadeiros responsáveis pelos desmatamentos. Com isso foi possível lavrar 160 autos de infração e embargar as atividades de desmatamento em 40 propriedades”, afirma Henrique Pereira. Os autos de infração dizem respeito aos crimes de desmatamento, queimadas, exploração florestal ilegal, falta de licenciamento ambiental, uso de motosserras e transporte irregular de madeira. No total, foram autuados 80 mil hectares em desmatamentos ilegais resultantes das ações de madeireiros em 2003 e 2004.
Em Lábrea, as ações de fiscalização foram direcionadas para a região sul do seu território, especificamente na divisa com o estado de Rondônia, região conhecida como a Ponta do Abunã. No local, onde passa a rodovia BR 364, importante via de acesso aos estados de Rondônia e Acre, foram abertos ilegalmente diversos ramais em direção ao estado do Amazonas. “Bases de vigilância permanecerão operantes durante todo o verão (de julho a novembro) no sul do estado para evitar que os infratores retornem após a nossa saída do local, inviabilizando os desmatamentos até o início da estação chuvosa quando fica impossível a ação dos madeireiros”, explica o chefe da fiscalização do Ibama no Amazonas, Adilson Cordeiro.
Plano Desmate – A operação Tauató foi realizada com recursos do Plano Desmate – Plano de Ação para a Prevenção e Controle do Desmatamento na Amazônia Legal do Governo Federal, elaborado em junho de 2003 por uma comissão que reuniu representantes de 13 ministérios. Em 2004, estão previstos gastos da ordem de R$ 42 milhões no combate aos desmatamentos. “O Ibama do Amazonas realizou a operação Tauató com a mesma quantidade de recursos utilizados em 2003, só que conseguiu cobrir uma área maior e ter resultados mais consistentes. Isso que dizer que todo o trabalho de planejamento e inteligência resultou em mais eficiência e menos gastos”, afirma Henrique Pereira.
Todas as informações relacionadas a outros crimes fora da área de competência do Ibama, como grilagem de terras, falsidade ideológica e trabalho escravo, serão encaminhadas ao MPF – Ministério Público Federal. “Vamos municiar os procuradores federais com todas as informações que coletamos no campo para que eles possam tomar as ações necessárias para responsabilizar os responsáveis”, disse Adilson Cordeiro. (Ibama)