A internet é uma tecnologia incrível, mas que está longe de ser perfeita. Entre seus problemas, um dos maiores é a aparentemente infinita quantidade de vírus que circula pela rede mundial de computadores. Para tentar resolver o problema, a National Science Foundation (NSF), agência de fomento à pesquisa do governo norte-americano, acaba de anunciar a liberação de US$ 30 milhões para novas pesquisas em segurança digital.
Os projetos fazem parte do programa Cyber Trust, que tem como meta “promover pesquisas de novos sistemas de computadores que sejam mais confiáveis e seguros”, como explicou Peter Freeman, diretor assistente para ciência da computação e informação da NSF, em comunicado da instituição.
O Centro para Epidemiologia e Defesa da Internet será dirigido por Stefan Savage, da Universidade da Califórnia, em San Diego, e por Vern Paxson, do Instituto Internacional da Ciência da Computação. Os cientistas participantes terão US$ 6,2 milhões em cinco anos para se dedicarem a, de acordo com a NSF, “varrer as pragas da internet: vírus que infectam milhares e milhares de computadores, causando bilhões de dólares de prejuízos.”
Inspirado pela epidemiologia, os pesquisadores tentarão entender de que modo os protocolos de comunicação da internet e as vulnerabilidades de programas e sistemas operacionais contribuem para os vírus se propagarem. O centro pretende “desenvolver um sistema de alarmes mundial para detectar as epidemias em seus estágios iniciais, antes que atinjam proporções pandêmicas.”
A outra nova unidade de pesquisa, o Centro STIM, será dirigido por Mike Reiter, da Universidade Carnegie Mellon, e estará focado na “segurança através da modelagem interativa”. “Do mesmo modo que a ecologia estuda a rede da vida, o centro irá perseguir a compreensão fundamental das redes de interações entre humanos, computadores e ataques cibernéticos”, disse a NSF.
Com orçamento de US$ 6,4 milhões para os próximos cinco anos, o Centro STIM irá analisar “interações saudáveis” na internet para ver o que as distingue dos ataques, além de examinar as interações de “espécies” particulares de aplicações, como e-mail e redes ponto-a-ponto, em busca de pistas para desenvolver sistemas de defesas mais eficientes.
“Esses centros, assim como outras atividades do Cyber Trust, pretendem não apenas encontrar formas de lidar com as imperfeições dos sistemas atuais, mas buscar conhecimento e técnicas que permitam a construção de melhores sistemas no futuro”, disse Carl Landwehr, diretor do programa. (Fapesp)