Biopiratas furtam terras amazônicas

Apesar das barreiras da Funai – Fundação Nacional dos Índios e da fiscalização do Ibama – Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis, pesquisadores europeus e norte-americanos continuam visitando a Amazônia e furtando amostras de plantas e animais. Segundo a ONG Amazonlink, que lidera uma campanha nacional por uma lei de marcas e patentes, os biopiratas ampliaram a lista de itens contrabandeáveis. Nesta sexta-feira (1), o pesquisador Frederico Arruda, do Departamento de Ciências Fisiológicas da Ufam – Universidade Federal do Amazonas, denunciou ao Jornal de Brasília (DF) que os grupos internacionais passaram a se interessar pelo sangue dos índios, devido às características imunológicas especiais de alguns povos.

Ainda segundo Arruda, os pesquisadores também se interessam pela chamada Terra Preta Arqueológica (TPA), de alto índice de fertilidade. A terra existe em vários locais da Amazônia, incluindo o Acre. A denúncia é confirmada pelas ONGs ambientais acreanas. A principal delas, a Amazonlink, mantém uma campanha nacional pelo registro de marcas e patentes da Amazônia. “Precisamos fazer um trabalho consciente com várias populações indígenas e ribeirinhas para conscientizá-los de que a floresta é um patrimônio nosso e que podemos até incluir alguns produtos no mercado, desde que participemos dos lucros”, explica o pesquisador Michael Schmidlehner, presidente da Amazonlink.

Segundo a Amazonlink e a Ufam, os biopiratas mapearam via GPS (aparelho que usa satélites para elaborar mapas digitalizados) as áreas com grande concentração de TPA, o principal alvo dos biopiratas do momento. Rica em cálcio, carbono, magnésio, manganês, fósforo e zinco, ela está sendo testada na Espanha e na Áustria para aumentar a fertilidade dos solos onde se pratica a agricultura. (Amazônia.org)