Aquecimento global ameaça combate à pobreza

Um relatório divulgado por uma coalizão de 17 organizações não-governamentais adverte que o aquecimento global pode arruinar os esforços para combater a pobreza em todo o mundo. De acordo com o documento, o aquecimento pode ameaçar as metas mundiais de redução da pobreza pela metade até 2015 e “até reverter conquistas do desenvolvimento humano”.

O relatório faz um apelo para que os países mais ricos diminuam suas emissões de poluentes que produzem o efeito estufa de forma urgente, e também pede para que países em desenvolvimento se adaptem às mudanças climáticas. O documento foi divulgado pela coalizão Grupo de Trabalho sobre Mudanças Climáticas e Desenvolvimento, um grupo que inclui o Greenpeace, o Fundo Mundial para a Natureza e outras ONGs que atuam internacionalmente.

Problema esquecido – No prefácio do documento, o diretor-geral do Instituto de Energia e Recursos da Índia, RK Pachauri, afirma que “o impacto das mudanças climáticas vai recair de forma desproporcional sobre os países em desenvolvimento e os pobres em todos os países”. Entre as personalidades que endossaram as recomendações do relatório está o vencedor do prêmio Nobel da Paz Desmond Tutu, ex-bispo da Cidade do Cabo, na África do Sul. “Peço aos governos, a organizações de desenvolvimento e ambientais que trabalhem juntas para encontrar soluções sustentáveis para evitar uma catástrofe que vai exacerbar o sofrimento humano em um grau que o mundo nunca viu”, disse Tutu.

O autor do documento, Andrew Simms, afirmou que “milhares de pessoas querem transformar a pobreza em coisa do passado, mas o aquecimento global tem sido criticamente esquecido”. “Para nos recuperar desta situação, nós precisamos de uma acordo global para frear as mudanças globais que seja baseado em igualdade, e nós temos que nos certificar que os planos para desenvolvimento humano respeitam o clima e são resistentes a ele.” O relatório diz que isso significa que “cada decisão política em cada nível precisa passar no teste que indicará se vai aumentar ou diminuir a vulnerabilidade aos efeitos da mudança global. Os encarregados de planejamento precisam ver todas as decisões de desenvolvimento com a lente da redução do risco”. (BBC Brasil)