Apesar do óleo que vazou do navio Vicuña – que explodiu no dia 15 de novembro no porto de Paranaguá – ter atingido parte da Ilha do Mel, as regiões turísticas locais foram pouco afetadas. Técnicos do Ibama – Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis e do IAP – Instituto Ambiental do Paraná estão empenhados em esclarecer a situação à população e atestam que a qualidade ambiental do local, inclusive da água, não estão comprometidos.
Moradores da região contam que a falta de informação está fazendo com que muitos turistas cancelem as reservas em pousadas, inclusive as feitas para o ano novo. De acordo com Reginato Bueno, coordenador do IAP na ilha, não há motivo para isto já que nas praias que são normalmente as mais movimentadas – Encantadas, da Bóia, Mar de Fora, do Miguel, Grande, do Farol, Fortaleza e Saco do Limoeiro – nem pesca e nem atividades desportivas foram proibidas pela instrução normativa 025/04. “Estas atividades continuam normalmente nos espaços banhados por mar aberto”, complementa o biólogo Lício Domit, chefe do escritório regional do Ibama em Paranaguá.
Domit conta que os órgãos ambientais estão providenciando a limpeza das praias da ilha freqüentemente e o que pode acontecer, eventualmente, é o aparecimento de pequenas placas de piche. “Estas plaquinhas já eram comuns antes mesmo do acidente, ou seja, não podemos afirmar que são oriundas do óleo combustível que vazou”, conta. O biólogo complementa que a presença destas placas é comum em qualquer praia, mas que elas não são tóxicas e não causam contaminação ou irritação da pele. “A única coisa que poderia acontecer é sujar a pele, mas esta sujeira é facilmente removida com óleo de cozinha”, conta.
Bueno lembra que a Ilha do Mel tem 2.742 hectares. Destes, 2.240 são classificados como estação ecológica. Conforme ele, o que foi atingido pelo vazamento foram 15% das estações ecológicas, áreas que em geral não são freqüentadas por turistas.
O representante do IAP na ilha garante que os turistas podem visitar o local sem medo. Segundo ele, o comércio ligado ao turismo está preparado para receber mais visitantes neste verão que os 120 mil que freqüentaram a ilha no verão passado. (Ascom Ibama)