Relatório britânico recomenda criação de reservas para prevenir pesca

A pesca deveria ser proibida em um terço das águas britânicas para proteger o ambiente marinho, recomendou nesta terça-feira (7), em um relatório, a Comissão Real sobre Contaminação Ambiental do Reino Unido. Segundo o presidente da comissão, Tom Blundell, que assessora o governo britânico, o mar devia ser tratado da mesma forma que as espécies terrestres em vias de extinção.

“O ambiente marinho é atualmente regulado em função de uma presunção favorável de pesca. Temos de inverter isso”, afirmou Blundell. “Precisamos dar passos para permitir a recuperação do ambiente marinho. Deviam criar-se reservas marinhas para proteger 30% das águas do Reino Unido”, incluindo o Mar do Norte e o Mar da Irlanda, acrescentou.

O relatório considera que falharam as políticas de controle de pesca e defende a passagem da exploração comercial intensiva para uma atitude de atenção à proteção do ambiente marinho a longo prazo. O documento – intitulado “Mudar a maré: o impacto da pesca no ambiente marinho” e que resultou de dois anos de estudos – diz que a pesca constitui a maior ameaça aos mares, não só no Reino Unido, mas em todo o mundo.

Caso não sejam tomadas medidas para proteger o mar de décadas de pesca intensiva, advertiu Blundell, algumas espécies poderão desaparecer. O texto recomenda a proibição da pesca em águas profundas, já que muitas espécies que vivem nessas águas são as que correm maior risco. A comissão preconiza o estabelecimento de reservas de proteção marinha num prazo de cinco anos.

Justifica as medidas “a necessidade de preservar o ecossistema e quebrar o ciclo atual de quotas irrealistas e de diminuição da população de peixes” em toda a Europa. A gestão dos espaços marinhos, sugere ainda o relatório, deveria englobar as necessidades dos setores de pesca, das centrais eólicas e da prospecção petrolífera e de gás. (Folha Online)