Para manejar uma floresta, é preciso assegurar que a extração não exceda a reposição natural da vegetação. É necessário fazer um cálculo de quanto ela cresce por ano. A quantidade de madeira retirada não pode ser maior do que esse valor.
A exploração é comparada por especialistas a uma pizza dividida em fatias: a extração é feita, por exemplo, em um pedaço por ano, de forma que, dentro de 25 a 30 anos, ao retornar àquela primeira fatia explorada, ela já estará recuperada e pronta para uma nova extração. A exploração de alto impacto, ao contrário, é chamada de estilo “gafanhoto”, por não se preocupar com a sobrevivência da floresta
Planejando a derrubada
A derrubada convencional (a que não é planejada e que causa grande impacto ambiental) gera maior desperdício. A planejada pressupõe um mapeamento inicial de todas as árvores adultas. Ao derrubar uma árvore, é preciso verificar se ela está oca. Se sim, não pode ser derrubada. No corte convencional, as árvores são derrubadas aleatoriamente, apesar de nem todas serem utilizadas depois
Corte sem desperdício
Um ano antes da extração, os cipós amarrados a determinada árvore precisam ser cortados. Caso contrário, todas as outras árvores que estiverem presas ao mesmo cipó cairão junto. É importante fazer também um corte direcionado, para que a queda não atinja outras árvores. Para reduzir o impacto da exploração da madeira, deve-se fazer o corte no nível mais baixo possível, quando na extração de alto impacto só é considerado o conforto e o nível do braço do operador da motosserra
Transporte da madeira
É preciso tomar uma série de cuidados no transporte da madeira, calculando, por exemplo, se ela cruzará rios ou causará assoreamento em seus cursos, se será preciso criar uma ponte ou abrir estradas
Equilíbrio entre as espécies
É preciso garantir um número mínimo de indivíduos de todas as árvores presentes para não alterar a composição da floresta. Não é permitido retirar muito de uma mesma espécie, como o mogno, por exemplo, como normalmente acontece na extração de alto impacto. É preciso também assegurar que existam plantas de pelo menos duas gerações além da que está sendo retirada. As árvores mais jovens devem estar localizadas em áreas que garantam oportunidade de crescimento, com luz e água
Área obrigatoriamente preservada
As empresas de exploração de madeira certificadas deixam uma área de comparação de 20%, ou seja, parte da floresta que é mantida intacta e é chamada de área-testemunha. Assim, o restante da floresta que é explorado pode ser monitorado constantemente para se verificar se a composição da floresta mudou, sendo necessária uma reposição de determinadas espécies, ou se ela conseguiu se recuperar conforme o planejado.(JB On Line/ Amazônia.org)