O fim da corrente quente do oceano Atlântico que banha o norte da Europa pode ter um profundo impacto sobre a população de peixes na região, disseram cientistas nesta quarta-feira (30).
Oceanógrafos já previram que a corrente que leva água quente do sul para o norte pode se enfraquecer e até acabar devido ao aquecimento global e ao conseqüente degelo da calota polar ártica, cuja água dilui a salinidade do oceano.
“Uma interrupção (da corrente) leva a um colapso no estoque de plâncton do Atlântico Norte para menos da metade da sua biomassa inicial”, disse Andreas Schmittner, da Universidade Estadual do Oregon (EUA), em artigo na revista “Science”. Ele afirmou que tal declínio do plâncton se deve ao fato de que esses organismos estão sendo separados das camadas de nutrientes das águas profundas, normalmente levadas pela corrente.
Estima-se que a temperatura do planeta subirá 2 graus Celsius neste século devido à poluição provocada pelo homem.
A possível interrupção da corrente atlântica já foi bastante estudada, mas pouco se sabe ainda a respeito do efeito disso sobre a cadeia alimentar marinha, que dá sustento a milhões de pessoas. “Um forte declínio dos estoques de plâncton pode ter efeitos catastróficos sobre a pesca e sobre o fornecimento de alimentos a humanos nas regiões afetadas”, escreveu Schmittner, recomendando a redução nas emissões de poluentes, especialmente o dióxido de carbono, para conter o efeito estufa e a destruição da corrente marinha.
Ele disse que há sinais de que a corrente deixou de existir durante eras glaciais e que a produtividade do oceano pode cair em até 20% devido à ausência do plâncton. O problema, de acordo com o cientista, tem implicações também no Atlântico Sul, no Índico, no Pacífico e no mar da Arábia. (Terra.com)