Corredor de exportação ameaça recursos hídricos da região de Atibaia/SP

O IPÊ – Instituto de Pesquisas Ecológicas, juntamente com outras organizações não-governamentais de Atibaia (SP) e região e a sociedade civil estão se mobilizando contra o projeto de Lei Complementar nº 16 que pretende ser votado e instituído em regime de urgência pelo prefeito do município e presidente do comitê de bacias PCJ, José Roberto Trícoli (PV). De acordo com o projeto, será criado em torno da rodovia D. Pedro I (SP-65) um pólo industrial de exportação conforme prevê a política de desenvolvimento lançada recentemente pelo Governo do Estado de São Paulo para a formação do Corredor de Exportação Campinas – Vale do Paraíba – Litoral Norte.

Se o projeto for aprovado, 700 metros em cada lado, ao longo da rodovia (de Jarinu a Bom Jesus dos Perdões), serão envolvidos para a construção de indústrias e redes de serviço, em uma área que se sobrepõe à APP – Área de Preservação Permanente do rio Atibaia e à APA – Área de Preservação Ambiental Cantareira e da Represa da Usina, o que coloca em risco não apenas os poucos remanescentes de Mata Atlântica, ameaçada de extinção, como os recursos hídricos da região, em especial o rio Atibaia, que corre ao lado da rodovia e abastece grandes cidades como Itatiba e Campinas.

“Buscamos colocar isso em discussão com toda a sociedade, porque esse projeto de lei não estabelece de forma clara quais serão as restrições legais ambientais que serão levadas em consideração e quais serão as normas que irão definir os tipos de indústrias que podem se instalar no município, o que pode gerar impactos extremamente negativos ao ambiente, principalmente relacionados ao volume e qualidade da água de um rio que abastece milhares de pessoas.”, afirma Andréa Peçanha, gerente de desenvolvimento institucional do IPÊ, organização que tem sede em Nazaré Paulista, próximo de Atibaia. (EcoAgência.org)