Quadrilha traficava animais no RJ

Policiais da Delegacia de Proteção ao Meio Ambiente prenderam na segunda-feira (30), em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense (RJ), sete integrantes de uma quadrilha que traficava animais silvestres. Na mesma operação, foram apreendidos cerca de 600 pássaros de diversas espécies, em um depósito de cinco metros quadrados no mesmo município. Os criminosos utilizariam 510 anilhas do Ibama – Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis falsificadas para identificar os animais e vendê-los em feiras livres.

A investigação foi iniciada em 2004 nas feiras de Honório Gurgel e Caxias, onde os pássaros eram vendidos, e escutas telefônicas autorizadas pela Justiça permitiram a identificação dos criminosos. Na madrugada de segunda-feira, foram presos Francelino Pereira, Wallace Rangel, um homem identificado como Cocota e Vilson dos Santos, que armazenava as anilhas. A chefe do bando, Ana Rita de Oliveira e as filhas dela, Márcia e Aloísia, também foram presas. Na casa de Ana Rita, em Parada Angélica, havia cerca de 20 pássaros, das espécies curió, periquito, canários-da-terra, coleiros e papagaios, entre outros.

Próximo ao local, no quilômetro 135 da Rodovia Rio-Magé, foram apreendidos pelo menos 550 pássaros e 12 tartarugas, a maioria doente, devido às precárias condições do depósito em que eram mantidos. Ana Rita movimentava em torno de R$ 25 mil por mês com o comércio ilegal. Um papagaio, cujo preço pode chegar a R$ 1 mil, era vendido por ela a R$ 200. Segundo a polícia, parte dos animais são procedentes de São Gonçalo, Santa Cruz e Paraty – onde há ramificações da quadrilha – e de outros estados, principalmente Sergipe, São Paulo, Goiás, Bahia e Paraná.

“Para burlar a fiscalização nas estradas, os criminosos escondem os animais em fundos falsos e os trazem de madrugada. No deslocamento, mais da metade morre”, afirma o inspetor José Carlos de Oliveira, acrescentando que a quadrilha responderá por estelionato, formação de quadrilha e crime ambiental, podendo pegar até oito anos de prisão.

Em outra ação, no Morro da Providência, no Centro, os policiais prenderam Antônio da Silva, que trocara um revólver calibre 38 por um papagaio da raça chauá, cujo preço chega a R$ 800. Na casa dele havia 25 pássaros, entre eles cardeal, espécie ameaçada de extinção.

Por mês, são apreendidos cerca de 200 animais silvestres em cativeiros ilegais no estado. Os pássaros procedentes de criadores autorizados pelo Ibama são identificados com anilhas com o número de registro no instituto. O objeto é preso à pata dos animal. (Ana Paula Verly/ JB Online)