Agricultores pedem ao Governo ajuda para diminuir os efeitos da seca

Agricultores de Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Paraná, Rio Grande do Sul, São Paulo e Tocantins realizaram protestos nesta terça-feira (31) em várias cidades. Eles pediram ao Governo Federal que ajude o setor a diminuir os efeitos da seca. A falta de chuva, que desde 2004 afeta diversos estados brasileiros, causou queda dos preços dos grãos – principalmente o arroz.

O presidente da CNA – Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil, Antonio Ernesto de Salvo, explica que os estados brasileiros têm problemas distintos, e, portanto, dificulta a ação do governo. “No Rio Grande do Sul, por exemplo, o problema é a perda de renda por causa da seca e a queda dos preços internacionais. Já no Mato Grosso, a situação é desfavorável por causa da desvalorização do dólar em relação ao real e da dificuldade de escoar a safra agrícola”, argumenta.

A mobilização no Paraná foi a mais intensa. Londrina foi a cidade que reuniu o maior número de manifestantes: 8 mil, segundo informações da Polícia Militar. O grupo aprovou a “Carta do Paraná”, um documento que aponta medidas urgentes para enfrentar a crise no campo. Entre as reivindicações, os produtores pedem o refinanciamento das dívidas junto às cooperativas e fornecedores, além de um limite de 8,75% ao ano para cobrança de juros.

Já em Goiás, os protestos aconteceram em mais de cem municípios. De acordo com o presidente Faeg – Federação da Agricultura e Pecuária de Goiás, Osvaldo Guimarães, o tráfego na BR 153 foi interrompido entre as 15 e 16 horas. “Queremos mostrar que a seca trouxe perdas na colheita. Além disso, o preço atual do mercado não cobre o custo da produção”, manifesta.

Em Mato Grosso, o trânsito na rodovia BR-163 foi interrompido pelos agricultores no início da manhã. Enquanto o tráfego ficou parado, os manifestantes fizeram o cadastro das pessoas desempregadas e distribuíram 45 mil quilos de arroz para a população carente.

Para o presidente do MPA – Movimento dos Pequenos Agricultores, Áureo Scherer, esse é um movimento dos “patrões do campo”, principalmente dos grandes produtores de arroz. Scherer assegura que os pequenos produtores rurais não vão participar do protesto “porque os interesses dos grandes produtores e dos pequenos produtores são bem diferentes”, explica.

A assessoria de imprensa do ministério da Agricultura informou que o ministro Roberto Rodrigues só vai falar sobre essa situação quando voltar da viagem que faz para a Nova Zelândia. Rodrigues retorna ao Brasil na quinta-feira (02). (Lílian de Macedo/ Agência Brasil)