O WWF – Fundo Mundial para a Natureza pediu no domingo (3) que os líderes do G8 – Grupo dos Oito – os sete países mais industrializados e a Rússia – tomem medidas efetivas contra as mudanças climáticas, mesmo que os Estados Unidos fiquem de fora de um possível acordo.
O WWF fez este pedido a dois dias do começo da cúpula de chefes de Estado e governo do G8 – formado por Alemanha, Canadá, EUA, França, Itália, Japão, Reino Unido e Rússia -, que acontece na cidade escocesa de Gleneagles de 6 a 8 de julho. Junto à luta contra a pobreza na África, a mudança climática é uma das grandes prioridades da presidência britânica no G8.
Em comunicado divulgado em Londres (Inglaterra), o WWF manifestou seu temor de os resultados da cúpula sigam “a política americana de bloquear qualquer progresso que reduza a mudança climática de forma efetiva”. “O governo de George W. Bush não está atuando contra a ameaça da mudança climática e ainda tenta ativamente prejudicar os esforços do G8 sobre o assunto”, disse Jennifer Morgan, diretora do Programa de Mudança Climática Global do WWF.
Compromisso – Por isso, o grupo ecologista pediu que os outros países reunidos cheguem a um compromisso claro para reduzir os efeitos adversos da mudança climática, sem que isso signifique “ficar sozinhos sem o governo de Bush”.
O WWF lembrou que os EUA não ratificaram o Protocolo de Kyoto (1997) para reduzir os gases poluentes que causam o efeito estufa, e também não tomaram nenhuma medida para diminuir as emissões de gás, embora tenham a maior taxa de emissão do mundo.
Por outro lado, França, Alemanha e Reino Unido são os três países do G8 com melhor atuação contra o aquecimento global, embora “suas emissões devam aumentar se não forem colocadas em prática medidas mais efetivas em breve”, afirmou o comunicado.
Emergentes – Além disso, o WWF alertou que os cinco principais países emergentes – Brasil, China, Índia, México e África do Sul – também “aumentarão a emissão de gases de efeito estufa à medida que suas economias crescerem”.
O WWF pediu ainda “programas claros e financiamento” do G8 para ajudar os países emergentes a se desenvolverem “sem abusar do carvão”. Segundo o comunicado, diversos estudos alertam que a mudança climática poderia causar “uma maior freqüência de catástrofes naturais, como ondas de calor, secas e inundações, que terão efeitos devastadores para a população e a fauna silvestre”.
O WWF disse ainda que as emissões de dióxido de carbono (CO2) aumentaram 8,4% desde 1990 nos países industrializados. Para diminuir esse problema, o WWF exigiu uma “política ambiciosa” que obrigue os países que assinaram o Protocolo de Kyoto a cumprir seus objetivos. (Estadão Online)