A Sars – Síndrome Respiratória Aguda Severa, doença que desde que foi identificada, em meados de novembro de 2002, na China, causou centenas de mortes, é transmitida por morcegos. “Os morcegos são portadores de um grande número de vírus mas poucas vezes mostram sinais de infecção”, disse em comunicado divulgado nesta sexta-feira Linfa Wang, cientista que liderou uma equipe de pesquisadores que fizeram a descoberta.
Wang relatou que com base no fato de os morcegos serem vendidos nos mercados asiáticos para o consumo humano, sua equipe realizou experiências em mais de 400 morcegos de quatro regiões da China.
A equipe analisou sangue, excrementos e mostras respiratórias dos morcegos e concluiu que mais de 70% dos animais estudados tinham anticorpos do coronavírus (cada um de um grupo de vírus que pode causar infecções) no sangue.
O próximo passo, acrescentou Hume Field, cientista do departamento de Indústrias Primárias do Estado australiano de Queensland, será descobrir como o vírus passou dos morcegos para outros animais e para os humanos.
As conclusões do estudo, que permitiu descartar que a civeta, um mamífero asiático, fosse o portador do coronavírus, foram publicadas na revista científica Science.
Wang trabalhou junto a especialistas chineses e dos Estados Unidos que juntaram esforços com cientistas do laboratório de Saúde Animal para Indústrias Criadoras de gado, pertencente à Organização Australiana para a Pesquisa Científica e Tecnológica. (Efe/ Estadão Online)