Estados criticam falta de recursos federais para setor da saúde animal

Secretários estaduais de agricultura criticaram nesta sexta-feira (14) a falta de recursos federais para a área de sanidade animal no país. O secretário de Santa Catarina, Moacir Sopelsa, afirmou que há três anos reivindica mais investimentos para o setor.

“Faz muito tempo que os secretários brigam para a liberação de recursos. Eu imagino que ainda cheguem em tempo. O estrago já foi feito, o país vai pagar um preço muito caro por esse foco de febre aftosa no estado de Mato Grosso do Sul”, disse Sopelsa, ao chegar à reunião no Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, em que foram discutidas as ações adotadas para conter o avanço da febre aftosa no país.

Participaram do encontro 15 secretários estaduais de agricultura, técnicos do ministério e representantes de órgãos de defesa agropecuária. Para Moacir Sopelsa, o foco de febre aftosa em Eldorado (MS), confirmado no início da semana, trará “prejuízos irreparáveis” ao país. “Pelo menos que isso sirva de conscientização para investir exatamente o que nós precisamos para defender a produção do nosso país”, apontou.

Na quinta-feira (13), o ministro da Agricultura Roberto Rodrigues informou ter pedido à área econômica do governo a liberação de R$ 78 milhões para a área de defesa sanitária, que estão contingenciados. Segundo o ministro, o orçamento original deste para o setor era de R$ 169 milhões. Na avaliação de Sopelsa, com a verba inicialmente prevista, “daria para fazer um programa razoável”. Segundo ele, Santa Catarina investe R$ 25 milhões por ano na área de sanidade animal, mas nos últimos três anos recebeu apenas R$ 700 mil do governo federal.

O secretário de Agricultura do Rio Grande do Sul, Odacir Klein, disse que o governo federal liberou neste para o estado R$ 440 mil. “Recurso do Ministério da Agricultura é muito difícil, burocratizado, às vezes é liberado e se perde no caminho. Em conseqüência disso, o ministério tem sido maltratado pelo governo federal. E termina não cumprindo seus objetivos”, disse. Segundo ele, o estado gasta somente na aquisição de vacinas para pequenos agricultores mais de R$ 4 milhões.

Já o secretário de Agricultura de Goiás, Roberto Balestra, afirmou que este ano o governo federal não repassou nenhuma verba para o estado. “Não recebemos nada do governo federal. Existe um recurso previsto de R$ 2,6 milhões que aguardamos que sejam liberados. Esperamos que essa liberação aconteça logo”, disse.

Outro pedido de liberação de recursos veio do secretário de Agricultura de Minas Gerais, Silas Brasileiro. “Nós não tivemos recursos priorizados para a nossa defesa sanitária e conseqüentemente ficamos impedidos de desenvolver o trabalho que sempre é feito pelos estados, em apoio à União”. (Juliana Andrade e Marcela Rebelo/ Agência Brasil)