Atualmente, 90% de toda a madeira produzida na Amazônia tem origem ilegal. A afirmação foi feita pela coordenadora do projeto Cidades Amigas da Amazônia da organização não-governamental (ONG) Greenpeace, Adriana Imparato, citando estimativa divulgada pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis (Ibama).
Adriana Imparato disse que 64% de toda a madeira produzida no Brasil é consumida pelo mercado interno. “Somos nós que estamos alimentando e financiando a destruição da floresta, comprando essa madeira”, afirmou.
De acordo com as estimativas, um terço de toda a madeira produzida é consumida pela máquina do Estado. “A máquina do Estado está cometendo um crime ambiental comprando madeira de origem ilegal, de desmatamento”, enfatizou Adriana. Por isso, o Greenpeace defende a criação de leis que regulamentem o consumo de madeira pelos órgãos públicos.
O estado brasileiro que mais compra madeira é São Paulo, que consome cerca de 15% de toda a produção do país. São Paulo fica à frente de todos os demais estados do Sul e Sudeste, que juntos consomem 27% da madeira produzida. Segundo Adriana, os maiores mercados consumidores são as cidades de São Paulo e Rio de Janeiro e a região do Grande ABC paulista.
A coordenadora do projeto Cidades Amigas da Amazônia ressaltou a importância da preservação da floresta. Segundo Adriana, quase 17% da floresta amazônica já foram desmatados. “E os cientistas de todo o mundo dizem que, se chegarmos a 40% de desmatamento da floresta, vamos entrar num processo de desertificação que é irreversível”, lembrou. Como exemplo das conseqüências do processo de degradação ambiental, Adriana citou a recente seca em determinadas áreas da Amazônia.
(Agência Brasil)