O Ministério da Agricultura anunciou que vai enviar à OIE – Organização Mundial de Saúde Animal, ainda nesta semana, comunicado sobre a decisão de reduzir a área de risco sanitário do Paraná. A decisão de flexibilizar a restrição foi tomada nesta terça-feira (15), em reunião com o ministro da Agricultura, Roberto Rodrigues, o secretário de Defesa Agropecuária do ministério, Gabriel Alves Maciel e o diretor de Defesa Agropecuária do Paraná, Felisberto Queiroz Baptista, além de outros técnicos do estado.
Segundo Maciel, o último relatório enviado pelo Brasil à entidade que rege as normas sanitárias dos países exportadores de carnes, sobre os focos de aftosa do país, data da semana passada. Nele, os técnicos do ministério relataram as medidas sanitárias adotadas até então pelo Paraná, em função da suspeita da ocorrência de febre aftosa em quatro municípios do estado: Loanda, Maringá, Grandes Rios e Amaporã. O Brasil tem 22 focos de aftosa confirmados no Mato Grosso do Sul.
A suspeita dos focos no Paraná foi anunciada no dia 21 de outubro pela secretaria de agricultura estadual e, 10 dias depois, o ministério da Agricultura editou instrução normativa definindo uma área de mais 32 municípios como de risco sanitário. Desse raio, não saem animais vivos, carne fresca e leite para outras partes do estado, desde então. Agora, os técnicos do estado acreditam que, mesmo que os exames de laboratório comprovem a presença do vírus no material analisado, está comprovado que a situação está sob controle no Paraná.
Com isso, o ministério já decidiu que reduzirá a área de risco sanitário que, segundo Baptista, deverá ficar restrita a um raio de 10 quilômetros a partir das propriedades onde há a suspeita, nos quatro municípios. O diretor de Defesa Agropecuária do Paraná disse que o Departamento de Economia Rural da secretaria de agricultura está levantando, com a ajuda das entidades que representam os produtores, o impacto na região interditada. Ele disse que ainda não é possível fazer uma estimativa dos prejuízos causados, mas admitiu que o impacto foi bastante negativo.
Baptista evitou falar em indenizações e disse que o estado dará apoio aos produtores. “Essa é uma questão que está sendo avaliada pelo estado. Esses tipos de infortúnios acontecem na agricultura. O governo do estado sempre esteve ao lado dos pecuaristas, buscando junto soluções no sentido de minimizar esses impactos. Mesmo quando há impacto por situações adversas, o estado tem dado apoio e incentivo, no sentido dos prejuízos serem minimizados. Claro que não será diferente numa situação como essa”, observou.
As reclamações, por parte de produtores da região, vêm, principalmente, de produtores de leite da área interditada. Eles estão usando o leite para adubar o pasto desde que foram impedidos de comercializar para outras cidades fora do limite de restrição. (Lana Cristina/ Agência Brasil)