O Programa Biota/FAPESP lançou uma nova base cartográfica do Sistema de Informação Ambiental/SinBiota. No novo banco foi incorporada a terminologia oficial do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) para designar as formações que constituem os remanescentes de vegetação nativa do Estado de São Paulo.
“É um atlas novo, uma vez que o detalhamento e a qualidade das informações foram bem atualizadas”, disse Ricardo Ribeiro Rodrigues, professor do Departamento de Ciências Biológicas da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq), da Universidade de São Paulo, e coordenador do Biota, à Agência FAPESP.
A nova classificação, refinada pelo SinBiota, passa a ser composta por três domínios florestais (ombrófila densa, ombrófila mista e estacional semidecidual), um domínio de savana (cerrado) e as classificações mangue, restinga e várzea. Os inúmeros ambientes existentes entre as diversas formações também foram considerados. No total, são 35 fitofisionomias (características vegetais) definidas para o mapa estadual paulista.
A primeira base cartográfica do Programa Biota/FAPESP foi lançada em 2000. Desde então, ela vem sendo aprimorada e refinada, muito por causa também das diversas sugestões feitas pela comunidade científica. Atualmente, os dados podem ser recuperados por unidades geográficas (municípios e bacias) ou por informações biológicas (espécie, grupo taxonômico ou ecossistema). Com essas atualizações, está considerada concluída a fase de implantação do SinBiota.
O Programa Biota acaba de passar por mais uma avaliação anual feita por pesquisadores estrangeiros. Desta vez, estiveram no Brasil Arthur Chapman, especialista em sistemas de informação em biodiversidade da Environmental Resources Information Network, na Austrália, Emílio Moran, ecólogo humano da Universidade de Indiana, nos Estados Unidos, e Robert Verpoorte, especialista na área de bioprospecção da Universidade de Leiden, na Holanda.
“A avaliação foi positiva no sentido de ajudar a melhorar o programa. Nossa perspectiva mais imediata é direcionar as informações geradas pelo Biota sobre a biodiversidade do Estado para políticas públicas”, explica Rodrigues.
O coordenador do programa conta que, já em 2006, será gerado um mapa com as áreas vegetais prioritárias para a conservação e a recuperação. “É um projeto conjunto com o Instituto Florestal e com a Conservação Internacional”, conta.
Segundo Rodrigues, a vinda de Moran, da Universidade de Indiana, tem outra explicação em termos de futuro. “Como nossa intenção é, a partir de agora, inserir cada vez mais a questão humana em nossas pesquisas, a opinião de um respeitado ecólogo humano é mais do que bem-vinda”, explica. (Eduardo Geraque / Agência FAPESP)