Rio Grande (RS) tornou-se na segunda-feira (5) o 25° município brasileiro a aderir ao programa Cidade Amiga da Amazônia, do Greenpeace. O prefeito Janir Branco (PMDB) assinou o termo “Compromisso pelo Futuro da Floresta” juntamente com o Greenpeace e o Nema – Núcleo de Educação e Monitoramento Ambiental durante solenidade no gabinete do prefeito. O objetivo do Cidade Amiga da Amazônia é fazer com que os municípios implementem leis locais para evitar o consumo de madeira amazônica proveniente de desmatamentos e extração ilegal nas licitações promovidas pelas prefeituras.
“Rio Grande é a segunda cidade gaúcha que adota medidas concretas para promover o desenvolvimento sustentável da Amazônia”, comemora Adriana Imparato, do programa Cidade Amiga da Amazônia, do Greenpeace. “Ao adotar critérios para a compra de madeira nas licitações promovidas pela prefeitura, Rio Grande está ajudando a fechar o mercado para quem trabalha com madeira de origem criminosa”.
“Aqui em Rio Grande nossos compromissos não ficam só no papel. Temos uma equipe colegiada que cuida da implementação de cada documento que assinamos, e com a Cidade Amiga da Amazônia não vai ser diferente”, afirmou o prefeito Janir Branco, durante a assinatura do compromisso.
A indústria madeireira é uma das principais forças de destruição da Amazônia. Cerca de 70% da madeira produzida na região é consumida pelo mercado brasileiro e as prefeituras consomem grandes volumes em obras públicas e mobiliário. Entre 2003 e 2004, 26.130 quilômetros quadrados de florestas foram completamente destruídos na Amazônia, o equivalente a seis campos de futebol desmatados por minuto.
Ao aderirem ao programa do Greenpeace, as prefeituras contribuem de maneira concreta para reduzir a destruição criminosa da floresta. Para tornar-se uma “Cidade Amiga da Amazônia”, as administrações devem formular leis municipais que exijam quatro critérios básicos em qualquer compra ou contratação de serviço que utilize madeira produzida na Amazônia: proibir o consumo de mogno, uma espécie ameaçada; exigir, como parte dos processos de licitação, provas da origem legal e em Planos de Manejo Florestal da madeira; dar preferência à madeira certificada pelo FSC, um sistema que garante a origem sustentável do produto florestal; e orientar construtores e empreiteiros a substituir madeiras descartáveis utilizadas em tapumes, fôrmas de concreto e andaimes por alternativas reutilizáveis como ferro ou chapas de madeira resinada.
A adesão de Rio Grande ao programa do Greenpeace contou com a participação do Núcleo de Educação e Monitoramento Ambiental, organização não-governamental sem fins lucrativos, de utilidade pública municipal, que atua na região há 20 anos. De acordo com Renato Carvalho, diretor do Nema, é preciso buscar alternativas para o uso responsável dos recursos naturais ao mesmo tempo em que se preserva a floresta. “É extremamente importante para o planeta que a Amazônia seja protegida”, afirma Carvalho.
“Nós, que estamos distante da floresta, também podemos fazer a nossa parte e, neste sentido, a campanha do Greenpeace nos oferece a chance de participar ativamente da proteção da maior floresta tropical do planeta. A prefeitura de Rio Grande também está dando uma lição de consciência ambiental que terá impactos para todo o planeta. Esperamos que iniciativas assim se multipliquem para outros ecossistemas e recursos naturais”.
Outros 24 municípios já participam do programa do Greenpeace, entre eles São Paulo (SP), Manaus (AM) e, no estado de São Paulo: Botucatu, Piracicaba, Santos, Guarulhos, Osasco, Americana e Campinas, entre outros. (Greenpeace)