O aquecimento global pode trazer conseqüências graves para gaúchos e catarinenses. Segundo uma simulação realizada por pesquisadores britânicos, em um cenário de elevação da temperatura, a costa do Rio Grande do Sul e de Santa Catarina seria uma das regiões mais vulneráveis a tempestades severas no globo.
Há indícios de que isso já esteja ocorrendo. A área apontada como mais sensível pelo estudo britânico corresponde exatamente à rota do Catarina, o primeiro furacão já registrado no Atlântico Sul, que assolou o Brasil meridional em março de 2004 e deixou atônitos climatologistas de todo o planeta. Como a temperatura do oceano é o grande combustível dos furacões, cientistas acreditam que o Catarina já foi um efeito do aquecimento global.
O temor agora é de que ele tenha sido apenas o primeiro de uma série. O Catarina nasceu, de forma inédita, a partir de um ciclone extratropical – um sistema que se forma muitas vezes ao longo do ano no litoral dos dois Estados sulinos, trazendo tempestades à região.
Os livros de meteorologia ensinam que para um furacão se formar é necessário que o mar esteja aquecido, geralmente na faixa de 27ºC a 29ºC. No litoral norte gaúcho, essa temperatura não costuma superar os 25ºC no verão, mas acredita-se que possa ter alcançado 26ºC em março de 2004. Se o aquecimento do mar se confirmar, há o risco de que outros ciclones extratropicais se convertam em furacões, colocando gaúchos e catarinenses na rota da tragédia. (Zero Hora/ CarbonoBrasil)