O oeste do Pará, que no final de 2005 sofreu uma das piores secas já registradas na região amazônica, recebeu volumes de chuva acima da média em janeiro.
Por conta do retorno das precipitações, que começaram a ganhar intensidade em dezembro, o Instituto de Meteorologia do Pará diz que a situação já está normalizada.
A expectativa é de que os volumes acumulados também superem as médias históricas em fevereiro e março, meses que completam a estação úmida do Estado.
Segundo a Defesa Civil Estadual, o nível dos rios da região, onde alguns igarapés chegaram a secar em outubro, também já voltou ao normal.
De acordo com a meteorologista Aylci Ferreira de Barros, chefe do serviço de previsão do tempo do Instituto de Meteorologia, a estação de Óbidos foi a que registrou o maior volume de chuva no Estado em janeiro. Foram 423 mm, contra média histórica de 238 mm. Em dezembro, já havia chovido 348 mm no município, frente à média de 179 mm.
Óbidos foi um dos 13 municípios que decretaram estado de emergência em outubro por causa da seca, que isolou comunidades ribeirinhas e afetou quase 100 mil pessoas no Estado. Nas outras três estações do oeste do Pará, localizadas em Monte Alegre, Belterra e Itaituba, os volumes de chuva registrados em dezembro e janeiro também ficaram próximos ou acima da média histórica.
Barros diz que secas entre setembro e novembro são normais no Pará, devido à tradicional redução das chuvas nessa época. Mas a meteorologista afirma que a estiagem do ano passado foi pior porque as precipitações, além de escassas, foram muito irregulares. Embora ainda seja cedo para previsões precisas, ela acredita que o fenômeno não voltará a ocorrer com tanta intensidade no final de 2006.
O que preocupa, no momento, são as regiões sul e sudeste do Estado, devido à possibilidade de enchentes em fevereiro. De acordo com o capitão Marcos Lima Norat, da Defesa Civil Estadual, o nível dos rios dessas regiões tem baixado nos últimos dias, mas o órgão já elabora planos de ação junto com prefeituras de 12 municípios, devido à previsão de chuvas intensas nas cabeceiras dos rios nos próximos dois meses. (Daniele Siqueira/ Folha Online)