Especialistas vão formar rede internacional para discutir combate à gripe aviária e outras epidemias

A partir da próxima semana, especialistas em gripe aviária de 40 países estarão conectados em uma rede internacional para discutir estratégias de controle e combate à doença, que já atingiu vários países da Ásia e da Europa. Um acordo foi assinado nesta terça-feira (31), no Rio de Janeiro, para criar a Associação Internacional de Institutos de Saúde Pública, que congrega nações como o Brasil, os Estados Unidos, a Grã-Bretanha e a China.

A associação deverá atuar no combate a qualquer tipo de epidemia, como a aids e a dengue, mas deve focar, inicialmente, parte de seus trabalhos na gripe aviária, doença transmitida pelas aves aos seres humanos, que pode até causar a morte da pessoa infectada.

De acordo com o presidente da Fiocruz – Fundação Oswaldo Cruz, Paulo Buss, que representará o Brasil na associação, o contato entre os especialistas será feito constantemente e em tempo real, através da rede.

“Vamos manter um contato, online, sobre a presença de casos nos países participantes (da rede) e vamos buscar os protocolos que se mostraram melhores na prevenção e no tratamento da doença. Semana que vem, já teremos essa comunicação toda feita”, disse Buss.

Segundo o presidente da Fiocruz, independentemente das ações integradas entre os 40 países, o Brasil já tomou providências para evitar a chegada e a proliferação da doença no país.

“A primeira coisa é não deixar entrar a ave infectada. Se entrar, nós temos que cercar o foco e fazer um abate em massa das aves. Mas nós também temos retaguarda hospitalar e estoque do ‘tamiflu’, que é o nome comercial do medicamento que, se usado no primeiro dia, pode conter a gripe e diminuir a agressividade do vírus. E estamos preparados para fazer a vacina, que só poderá realmente ser feita quando for constatada a primeira contaminação entre humanos”, afirmou.

A Associação Internacional de Institutos de Saúde Pública terá ações integradas como o intercâmbio de recursos humanos na área de saúde pública, a troca de informações sobre métodos de diagnóstico e prevenção de doenças e o envio de técnicos para países onde sejam constatadas epidemias. (Vitor Abdala/ Agência Brasil)