Pesquisador diz que enchentes no Acre podem ser reflexo de desequilíbrio ambiental do planeta

A chuva que começou há dez dias e já alagou 27 bairros da capital do Acre pode ser outra demonstração de desequilíbrio do meio ambiente mundial. A análise é do coordenador do Acrebioclima – Grupo de Estudos e Serviços Ambientais da Universidade Federal do Acre, Alejandro Duarte.

“Ainda precisamos estudar mais para levantar as prováveis causas dessa concentração”, declarou Alejandro. “Mas posso supor que está ligada à seca anormal que aconteceu no ano passado, ao desequilíbrio ambiental do planeta”.

Duarte explicou que “geralmente, quando há uma grande enchente, chove muito no mês anterior. Mas em janeiro as chuvas no leste do Acre (região onde fica a capital) foram entre baixas e normais”, revelou o pesquisador. “Na média, elas ficaram em 330 milímetros de precipitação. Em fevereiro, estão em 220 milímetros”.

Segundo Duarte, as chuvas inesperadamente se concentraram na parte sudeste do Acre, na região conhecida como Alto da Bolívia, na fronteira com o país vizinho. “É lá que nascem o Rio Purus e o Rio Acre”, informou.

Até o momento, 860 famílias estão alojadas no ginásio municipal e em 33 escolas públicas estaduais e municipais. Outras 921 foram deslocadas para casas de parentes e amigos. Desde as 23 horas de domingo (19), o nível do rio subiu mais 6 centímetros. Foram atingidos 7,7 mil imóveis. O Instituto Nacional de Meteorologia prevê que a chuva possa diminuir a partir de quarta-feira (22). (Thaís Brianezi/ Agência Brasil)