A IDSA – Sociedade Americana de Doenças Infecciosas publicou nesta quarta-feira (01) uma lista de seis micróbios que “têm de morrer” – considerados os mais perigosos e resistentes a medicamentos. A iniciativa é uma tentativa de chamar a atenção do governo dos Estados Unidos para a “crescente epidemia de resistência a antimicrobiais”, de acordo com nota divulgada pela IDSA. Segundo a entidade, os seis que constam na lista de “jurados de morte” são especialmente perigosos porque há pouca – ou nenhuma – pesquisa em remédios para combatê-los.
A lista foi elaborada a partir de um artigo publicado no periódico científico Clinical Infectious Diseases. “Essas são infecções potencialmente letais, resistentes aos remédios e que vemos todo dia”, diz o presidente da IDSA, o médico Martin J. Blaser, segundo nota da entidade.
“Esses organismos (da lista) são uma ameaça grave à saúde pública, mas é muito mais lucrativo para a indústria farmacêutica fazer um remédio para colesterol que você tem de tomar a vida inteira que um antibiótico que só se toma por uma semana”, diz George H. Talbot, principal autor do artigo na Clinical Infectious Diseases.
Um relatório publicado pela IDSA, chamado Bad Bugs, No Drugs, (“Bichinhos Maus, Sem Remédio”), mostra um declínio no número de novas drogas aprovadas para o combate a micróbios. Várias empresas farmacêuticas simplesmente deixaram de produzir esse tipo de produto.
A lista dos seis micróbios “que têm de morrer” é composta por: Estafilococo Áureo Resistente a Meticilina (MRSA), citado como o principal causador de infecções associadas ao tratamento de saúde, como infecção hospitalar; Escherichia coli e Klebsiella, principais causadoras de infecção urinária, gastrointestinal e em ferimentos. Segundo a IDSA, elas estão desenvolvendo resistência a um número cada vez maior de antibióticos; Acinetobacter baumannii, citada no artigo da Clinical Infectious Diseases como “principal exemplo do descompasso entre as necessidades médicas atuais e as pesquisas e o desenvolvimento antimicrobiais”. A bactéria é uma causa crescente de pneumonia hospitalar. Soldados americanos voltam da guerra com infecções de Acinetobacter resistente; Aspergillus, um fungo que é um problema cada vez maior entre pacientes com problemas imunológicos, como portadores de HIV ou pacientes de transplante de órgãos; Enterococcus faecium Resistente a Vancomicina (VRE), causador de infecções no sangue, no coração, meningite e infecções intra-abdominais; Pseudomonas aeruginosa, germe que pode provocar situações de risco de vida, principalmente em pacientes com o sistema imunológico comprometido. (Estadão Online)