Ibama e governo do Mato Grosso assinam cooperação contra desmatamento ilegal

Apesar dos esforços em contrário no último ano, quando o desmatamento caiu cerca de 40% no estado (31% na Amazônia Legal) o Mato Grosso continua a ser o campeão da devastação. Sozinho, responde ainda hoje por 60% dos desmatamentos na Amazônia. O termo de cooperação, também assinado pelo diretor de Proteção Ambiental do Ibama, Flávio Montiel, e pelo secretário do estado do Meio Ambiente, Marcus Machado, prevê a gestão integrada para o monitoramento remoto do desmatamento, a fiscalização ambiental e, ainda, o controle de queimadas e de incêndios florestais, no qual o estado também ocupa um dos primeiros lugares no ranking.

Um dos instrumentos mais importantes do acordo será o Sistema de Fiscalização Compartilhado. Anunciado em janeiro passado pelo governo mato-grossense, ele possibilita o monitoramento via satélite, tanto do desmatamento quanto de queimadas. O sistema é semelhante ao já utilizado pelo Ibama, em parceria com o Inpe – Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais. Por meio da análise de imagens de satélite, ele registra em tempo real, com grande precisão, zonas de desmatamento. É possível identificar, na hora, se o desmate foi autorizado pelo órgão ambiental ou se trata de desmatamento ilegal, facilitando a identificação e punição dos infratores.

“No último ano, em conjunto com os estados, o Ibama deu uma resposta seriíssima ao grave problema da devastação natural, reduzindo em 31% os índices de desmatamento. Isso ocorreu com fiscalização, mas também com medidas estruturantes. Estamos apontando não só problemas, mas também soluções. O êxito foi possível porque atuamos juntos”, afirmou o presidente do Ibama, Marcus Barros.

“Com suas iniciativas, o Mato Grosso está se tornando paradigma para o restante dos estados no enfrentamento aos problemas ambientais. O governador Baggi vem dando provas seguidas de liderança e inteligência; foi o único, por exemplo, a realizar concretamente a promessa de que colocaria 10% do efetivo da Polícia Militar para trabalhar contra os crimes ambientais”, afirmou o presidente do Ibama.

“Acabou o tempo das conveniências. Nós estamos construindo algo novo. Um novo modelo de gestão. Queremos ser reconhecidos pelo nosso trabalho. Ainda há muito medo do setores madeireiro e agropastoril com a nossa política, mas nós queremos acertar as coisas”, afirmou o governador.

Com o termo de cooperação, Ibama e Governo do Estado atuarão juntos em várias frentes. Dentre outras, implementarão o Centro de Gestão Ambiental Integrada, que terá por objetivo compartilhar ações de monitoramento do desmatamento, queimadas e incêndios florestais e das ações de fiscalização. Realizarão campanhas educativas da sociedade.

Darão cursos de queima controlada a agricultores. Formarão equipes de servidores do Estado e de colaboradores, com a finalidade de executar a fiscalização ambiental, bem como a prevenção e combate a incêndios florestais. Celebrarão parcerias com órgãos da Administração Pública, inclusive Corpo de Bombeiros e Polícia Militar, prefeituras e organizações não governamentais, buscando fortalecer a fiscalização preventiva e repressiva.

“Com ações como esta, pretendemos reduzir em pelo menos mais 10% a taxa de desmatamento na Amazônia”, afirmou o diretor de Proteção Ambiental do Ibama, Flávio Montiel. O diretor, que está em Cuiabá para um encontro com todos os gerentes e chefes de fiscalização do Ibama dos nove estados da Amazônia Legal, pretende, durante o evento, definir planejamento das operações prioritárias de fiscalização para 2006.

“O primeiro ano do Plano de Prevenção e Controle do Desmatamento na Amazônia Legal foi exitoso. Enfrentamos dificuldades, mas conseguimos uma queda de 31% na taxa do desmatamento. Contudo, é necessário avançar. Podemos neste ano fazer a taxa cair em mais 20%, mas para isto será fundamental a gestão compartilhada, como a que ocorre no Mato Grosso”, afirmou Montiel. (Rubens Amadori/ Ibama)