Gene da gordura

Um grupo de cientistas da Universidade do Estado de Nova Jersey (Rutgers), nos Estados Unidos, identificou um gene e a função molecular de sua proteína resultante que oferecem uma nova pista para entender melhor a obesidade e podem levar ao desenvolvimento de novos medicamentos para o controle do metabolismo da gordura.

Os pesquisadores descobriram que uma proteína conhecida como lipina é uma enzima importante no processo de regulagem da gordura. “A atividade da lipina pode ser um alvo farmacêutico importante para o controle da gordura corporal em humanos, levando ao tratamento de condições que vão da obesidade à perda de peso em portadores de HIV”, disse George Carman, líder da pesquisa, em comunicado da instituição norte-americana.

Estudos anteriores com camundongos mostraram que a falta de lipina causa a perda de gordura, e que o excesso promove o acúmulo de uma quantidade extra, o que levou à conclusão de que a substância estaria envolvida com o metabolismo da gordura. Só não se sabia como.

Em artigo que será publicado na edição de 7 de abril do Journal of Biological Chemistry, os pesquisadores descrevem que a lipina é uma enzima denominada PAP, um catalisador protéico necessário para a formação de gorduras, especialmente triglicerídios.

O grupo tomou como modelo de estudo o fermento biológico (Saccharomyces cerevisiae) usado por padeiros. “Isolamos a enzima PAP do organismo que corresponde na forma à lipina em mamíferos e verificamos que as células sem a enzima apresentaram uma redução de 90% de gordura”, explica Carman.

Os pesquisadores analisaram a sequência de aminoácidos que formavam a enzima PAP, o que permitiu rastrear a origem do processo até o gene responsável pela ativação, o PAH1. Para confirmar a relação, introduziram em bactérias o gene que acabara de ser identificado. Os resultados foram similares.

A equipe da Rutgers verificou em seguida que a enzima codificada pelo gene PAH1 não apenas era semelhante como atuava de forma muito parecida com a lipina encontrada em mamíferos, deduzindo dali a relação entre a enzima PAP e a lipina.

O estudo poderá ser lido na edição de 7 de abril do Journal of Biological Chemistry, em http://www.jbc.org.
(Fonte: Agência Fapesp)