Tuberculose bovina interdita fazendas em SP

O EDA – Escritório de Defesa Agropecuária de Ribeirão Preto (SP)interditou duas fazendas de Cajuru (a 311 km da capital paulista) que estão com gado contaminado por tuberculose bovina – doença que é contagiosa e pode contaminar seres humanos.

Até quinta-feira (13), os fiscais haviam detectado, nas duas propriedades, 85 animais com a doença, sendo que 28 deles foram sacrificados. Os donos e funcionários passam por exames de saúde – a moléstia pode ser transmitida ao homem por contato direto com o animal ou por meio do consumo de carne sem inspeção, leite cru e derivados, como queijo fresco.

Letal ao gado e com risco de morte também ao homem, a tuberculose é uma infecção causada por bactéria que pode atingir diversos órgãos, como pulmão, fígado e rins. Com a interdição das fazendas, está proibido o trânsito de animais das propriedades para comércio, abate ou exposições.

No Estado, estima-se que a doença atinja 1,5% do rebanho bovino, dentro da média nacional. São Paulo mantém, desde 2002, o programa de controle e erradicação da tuberculose bovina e da brucelose (que gera deformidades na reprodução).

Segundo o gerente do programa no Estado, Heinz Otto Hellwig, só no segundo semestre do ano passado São Paulo teve 560 diagnósticos confirmados de tuberculose bovina entre 115 mil animais examinados. Ele, que estava em viagem, não soube dizer quantos casos foram registrados neste ano.

Interdição – Na primeira propriedade interditada, que atua principalmente com gado de corte, os fiscais confirmaram a tuberculose em cerca de 60 cabeças de um rebanho de 610 animais. A tuberculose bovina só foi constatada no frigorífico, quando o exame em uma vaca da fazenda, pronta para o abate, confirmou o diagnóstico. Oito pessoas, entre funcionários e o proprietário, foram examinadas, mas os resultados foram negativos.

De acordo com o diretor do EDA de Ribeirão, Benedito Carlos Dias, é o primeiro caso de a doença ser encontrada em tantos animais em uma só propriedade na região, desde que os abates sanitários por tuberculose passaram a ser comunicados ao Estado. (Juliana Coissi/ Folha Online)