A Conabio – Comissão Nacional de Biodiversidade deve aprovar a criação da Câmara Técnica Permanente sobre Espécies Exóticas Invasoras. De acordo com o diretor do Programa Nacional de Conservação da Biodiversidade, Paulo Kageyama, a proposta será analisada na próxima reunião do conselho prevista para junho. “Não há nenhuma razão para não se criar essa câmara técnica. Ela representará a importância que o Ministério do Meio Ambiente dá ao tema”, afirma Kageyama
Uma minuta de criação da Câmara Técnica Permanente já foi analisada pelos membros da Conabio. Se aprovada, ela será o primeiro fórum oficial para tratar do problema que, cada vez mais, preocupa os estudiosos do meio ambiente.
A Câmara terá como foco principal a discussão para se definir um programa de prevenção e controle das espécies exóticas invasoras, hoje consideradas a segunda maior causa de extinção de espécies no planeta, afetando diretamente a biodiversidade, a economia e a saúde humana.
Uma das primeiras tarefas do órgão deverá ser a elaboração de uma lista oficial de espécies invasoras, semelhante à que existe hoje sobre animais em extinção, com o objetivo de orientar os pesquisadores e as ações do governo no controle dessas espécies no País. “Nós também queremos fazer um levantamento das espécies invasoras nas unidades de conservação”, acrescenta Kageyama.
Além da lista oficial, a Câmara deverá propor a uniformização dos termos a serem empregados no tratamento das espécies exóticas e a avaliação dos impactos causados ao meio ambiente pelas principais espécies, tanto em relação à biodiversidade quanto à saúde humana e animal.
A proposta de criação da Câmara foi feita pela ministra Marina Silva, em outubro de 2005, no 1º Simpósio Brasileiro sobre Espécies Exóticas Invasoras realizado, em Brasília, pelo Ministério do Meio Ambiente em parceria com a Embrapa, o Ibama, a Fiocruz e a Universidade Federal de Viçosa.
Na ocasião a ministra afirmou que considerava fundamental a criação de um fórum específico para o debate do tema. O Simpósio contou com a presença de representantes de sete países.
A Câmara Técnica Permanente deverá ser composta por representantes de órgãos governamentais e não governamentais e de representantes da comunidade científica brasileira. (Daniela Mendes/ MMA)