Entre a copa das árvores da floresta, um lêmur com pêlo laranja, preto e branco salta entre os galhos e grita para os espectadores, bem abaixo. “É brilhante”, diz Sonja Debeer, uma turista sul-africana, que tenta acompanhar os saltos do pequeno animal. “Viemos da África, onde tudo é perigoso. Aqui, tudo é gentil”.
Madagáscar é o único lugar do mundo onde existem lêmures silvestres. Depois de décadas de extração descontrolada de madeira e outras práticas que destruíram 90% das florestas locais, a ilha na costa da áfrica tenta investir em natureza. Apresentando-se como um destino turístico de maravilhas naturais incomparáveis, Madagáscar protege suas riquezas ambientais remanescentes na esperança de gerar benefícios para seu povo.
“Quem diz que desenvolvimento e conservação não podem andar de mãos dadas está errado”, disse o presidente Marc Ravalomanana, na abertura de uma conferência internacional sobre a África na capital, Antananarivo. Organizada pelo grupo ambientalista Conservação Internacional, a conferência reunirá mais de 400 delegados para discutir como usar a biodiversidade africana para combater a pobreza e lançar as bases do desenvolvimento sustentado.
“Na África e no mundo, vamos pôr um fim na exploração dos recursos naturais em busca de recompensas imediatas e, em vez disso, desenvolvamos estratégias para usá-los de forma sustentável, de maneiras que beneficiarão todas as pessoas”, declarou o secretário-geral da ONU, Kofi Annan.
Outra nação africana, a Guiné Equatorial, anunciou a criação de uma floresta nacional de 500.000 hectares e o estabelecimento de um fundo de US$ 15 milhões para a conservação do ambiente. (AP/ Estadão Online)