Um cientista climático da Universidade de Chicago (EUA), juntamente com 30 colegas da América do Norte e da Europa, estão incitando o Serviço da Vida Selvagem e da Pesca dos Estados Unidos a listar o urso polar como uma espécie ameaçada por causa do derretimento do seu habitat pelo aquecimento global.
“Como cientistas engajados na pesquisa das mudanças climáticas, estamos muito preocupados com o efeito do aquecimento do Ártico sobre o habitat do urso polar”, segundo uma carta enviada ao Serviço da Vida Selvagem e da Pesca no dia 15 de junho. “Biólogos determinaram que a cobertura de gelo é critica no ciclo de vida do urso polar e para a sobrevivência do urso polar como espécie. Sob o ‘Endangered Species Act’, o Serviço da Vida Selvagem e da Pesca deve listar uma espécie que necessita de proteção se estiver em perigo de extinção, ou ameaçada de possível extinção em toda ou em uma porção significativa da sua dispersão. A perda atual ou projetada da cobertura de gelo pelo aquecimento do Ártico impõe uma ameaça significativa ao urso polar.”
A carta não foi uma petição, disse Pamela Martin, professora assistente de Ciências Geofísicas da Universidade de Chicago, organizadora da carta. “Foi uma carta que resume alguns aspectos elementares da melhor ciência disponível relacionada com o aquecimento global e, em particular, com o aquecimento do Ártico”.
“A petição para a listagem do urso polar é, na verdade, ilustrativa do desafio da mitigação de vário problemas ambientais que enfrentamos como uma comunidade global. Estes problemas não se encaixam exatamente em nenhuma disciplina científica”, não só exige interdisciplinariedade, mas também diálogos entre cientistas e políticos.
A carta declara que “as melhores observações disponíveis demonstram que o aquecimento do Ártico é rápido, persistente e generalizado”, e que somente a redução das emissões dos gases do efeito estufa pode prevenir um aquecimento ainda maior. Os cientistas resumiram algumas evidências que demonstram a tendência do aquecimento global, especialmente no Ártico: aumento na temperatura da superfície de aproximadamente 1°F desde o final do século 19; aquecimento dos oceanos ao redor do mundo nos últimos 50 anos; degelo do permafrost em altas latitudes nórdicas; aumento da evaporação sobre os trópicos e subtrópicos; aumento da média da elevação do nível do mar. (Fernanda B Muller/ CarbonoBrasil)