Promover uma utilização racional da água até o ano de 2020 é o objetivo principal do Plano Nacional de Recursos Hídricos, apresentado nesta sexta-feira (30) em um encontro público na Universidade de Brasília (DF). O evento encerrou um ciclo de participação da sociedade, pois o documento já havia sido levado a todos os estados brasileiros.
O secretário de Recursos Hídricos do Ministério do Meio Ambiente, João Bosco, acha fundamental o envolvimento da população nesse processo de gestão das águas. Ele explica que a apresentação nos estados é uma prestação de contas à sociedade, que ajudou no processo. “O plano foi construído a partir da contribuição dos vários setores. Nós visitamos todos os estados, as regiões hidrográficas discutindo as idéias”.
O plano pretende implementar 13 programas e 30 subprogramas na área de recursos hídricos em todo país, com monitoramento a cada quatro anos para avaliar o andamento da implantação, até 2020. “O grande desafio que temos, e que o plano procura apontar, é como usar de maneira racional e sem desperdício os recursos hídricos. Os programas vão exatamente nessa direção: orientar. Porque água todo mundo precisa para o seu consumo, para a sua atividade e para o desenvolvimento do país”, afirma Bosco.
A idéia do plano surgiu com a criação da lei das águas, em 1997, que instituiu que cada região deveria ter um planejamento de gestão de recursos hídricos. No entanto, faltava elaborar um projeto nacional. De acordo com Marley de Mendonça, diretor da Secretaria de Recursos Hídricos, não havia um plano macro de diretrizes gerais. “Não existia um planejamento do uso da água no país considerando todos os usos possíveis: consumo humano, irrigação, energia, transporte, lazer, turismo”.
O plano, lançado em março deste ano pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva e pela ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, contou com uma série de consultas a 7 mil pessoas durante três anos. Além de representantes dos governos estaduais e federal, participaram organizações não-governamentais e movimentos sociais. (Monique Maia/ Agência Brasil)