O buraco na camada de ozônio sobre a Antártida vai crescer neste ano, e atingir o segundo maior nível já registrado, alerta a agência meteorológica das nações Unidas. O buraco atingirá pelo menos tamanho de 27,9 milhões de quilômetros quadrados, o mesmo registrado em 2003, de acordo com Geir Braathen, especialista da OMM – Organização Meteorológica Mundial.
Ele ficará, no entanto, abaixo do recorde absoluto, registrado em 2000, de 28,5 milhões de quilômetros quadrados. “è muito perto, se não igual, ao tamanho do buraco do ozônio de 2003”, disse Braathen, acrescentando que o crescimento, nos próximos dias, poderá ultrapassar esse nível.
O buraco vem se formando, desde meados dos anos 80, nas temperaturas extremamente baixas que marcam o final do inverno antártico. Geralmente, ele atinge o tamanho máximo no final de setembro. Braathen disse que o inverno da Antártida foi muito frio neste ano, o que levou a uma destruição maior do ozônio. Temperaturas baixas, ventos fortes e forte irradiação solar ao redor do Pólo Sul marcam as condições ideais para o afinamento da camada.
Braathen destaca que, mesmo tendo ocorrido uma redução na emissão de substâncias que atacam o ozônio, a atmosfera ainda está saturada com esses produtos. Ele diz que a expectativa é de que o buraco volte a apresentar tamanhos como o atual todos os anos, pelas próximas duas décadas.
Cientistas da OMM haviam afirmado, em agosto, que será preciso esperar até 2065 para que o buraco sobre a Antártida se feche. (AP/ Estadão Online)