O secretário-executivo da UNFCC – Convenção Marco das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas, Yvo de Boer, disse que é “muito cedo” para iniciar um processo oficial de negociações sobre um tratado posterior ao Protocolo de Kyoto, que expira em 2012.
“Não acho que o mandado formal para as negociações deva ser dado aqui em Nairóbi, é muito cedo”, disse De Boer em entrevista coletiva.
Segundo o secretário-executivo da UNFCCC, a Conferência das Partes realizada no ano passado em Montreal (Canadá) aprovou duas vias “informais” para começar a discutir o futuro, “e tem de se dar a estes processos o tempo de que necessitam”.
Ratificado por 166 países e em vigor desde 16 de fevereiro de 2005, o Protocolo de Kyoto impõe às nações industrializadas limites obrigatórios de emissões de dióxido de carbono – causador do aquecimento global -, com objetivo de reduzi-las globalmente, entre 2008 e 2012, em 5,2% em relação aos níveis de 1990.
Em Montreal, foi aprovada a criação de um grupo de trabalho “ad hoc” que analise possíveis novas metas para os países incluídos no Anexo I do protocolo – as nações industrializadas com objetivos obrigatórios de redução. Esse comitê se reuniu em maio de 2006 e agora, encontra-se novamente, em Nairóbi.
A segunda via aprovada em Montreal foi um diálogo entre todos os países do mundo sobre formas de cooperação a longo prazo para lutar contra a mudança climática. A primeira sessão do grupo de trabalho está prevista para as reuniões de alto nível da conferência, na quarta e na quinta-feira.
De Boer afirmou que a reunião de Nairóbi está fazendo avanços em “assuntos absolutamente cruciais para os países em desenvolvimento”, e isso pode ajudar a criar a confiança no processo, para que essas nações se envolvam mais ativamente no futuro.
O secretário-executivo destacou avanços no Fundo de Adaptação, ferramenta de financiamento para que os países em desenvolvimento se adaptem às conseqüências da mudança climática.
A Conferência entra em sua segunda semana, com a chegada das delegações nacionais de alto nível e o discurso em plenário do secretário-geral da ONU, Kofi Annan, previsto para a próxima quarta-feira (15). (Efe/ Estadão Online)