O Parlamento Europeu aprovou nesta terça-feira (4) a ratificação do Acordo de Paris contra as mudanças climáticas, abrindo o caminho para a entrada em vigor do primeiro pacto mundial contra o aquecimento global.
“Pela humanidade e as próximas gerações, eu os estimulo a apoiar uma ratificação rápida do Acordo de Paris. Vocês têm a oportunidade de fazer história”, afirmou em um discurso aos parlamentares o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, antes da votação.
Na sexta-feira, os estados da União Europeia já tinham declarado apoio a uma ratificação acelerada e conjunta do acordo de Paris, garantindo apoio suficiente para que o pacto entre em vigor neste ano.
O entendimento entre os ministros do Meio Ambiente de todos os 28 países-membros é um avanço político raro para a UE em um momento de discórdia a respeito da crise imigratória e de incerteza após o referendo de desfiliação do Reino Unido.
A decisão do bloco, que representa cerca de 12% das emissões poluentes globais, que foi aprovada pelo Parlamento Europeu ainda precisa ser aprovada pelos ministros dos países-membros.
Acordo de Paris – No dia 12 de dezembro do ano passado, 195 países e a UE se comprometeram na conferência do clima de Paris (COP21) a deter o aumento da temperatura do planeta “muito abaixo dos 2ºC” e a ajudar economicamente os países mais vulneráveis ao aquecimento global.
Para a entrada em vigor do acordo, que substituirá a partir de 2020 o atual Protocolo de Kyoto, 55 países que representem 55% das emissões de gases de efeito estufa (GEI) precisam ratificá-lo.
A primeira condição já foi cumprida, com a ratificação de 62 países, e a segunda poderá ser completada nesta semana após o voto favorável de 610 europarlamentares, contra 38 votos de oposição e 31 abstenções, e a tempo para que a entrada em vigor do acordo se torne efetiva durante a conferência do clima em Marrakech (COP22) de novembro.
Concretamente, os 55% serão superados quando a UE, junto aos países do bloco que finalizaram seus procedimentos nacionais (Alemanha, Áustria, França, Hungria, Eslováquia, Malta e Portugal), apresentar até 7 de outubro às Nações Unidas suas ratificações, como está previsto.
“A Europa mostra hoje que é capaz de grandes coisas quando sabe conjugar suas energias e suas forças”, disse o presidente do executivo europeu, Jean-Claude Juncker. (Fonte: G1)