Os efeitos da mudança climática na África, já evidentes em fenômenos extremos como secas e inundações, farão com que milhões de pessoas se desloquem para a Europa, disseram o Greenpeace e a African Youth.
Estas duas organizações apresentaram em Nairóbi, onde acontece a 12ª Sessão da Conferência das partes da Convenção sobre Mudanças Climáticas (COP12), o documentário Um só mundo; não haverá segunda oportunidade, que tem a colaboração de jovens de todo o planeta.
O documentário tenta evidenciar os efeitos que a mudança climática tem no dia a dia da África, e conclui pedindo da comunidade internacional uma atuação sem demora para salvar o clima e evitar os desastres causados pelo aquecimento do planeta.
Entre as evidências da mudança climática, as duas organizações citaram as secas que atingem muitos países africanos, as inundações que atualmente castigam o Quênia e o derretimento das geleiras do monte Kilimanjaro, que poderiam desaparecer em 2015.
Outra organização ecológica, o Fundo Mundial para a Natureza (WWF, sigla em inglês), levou à Conferência várias pessoas que já são consideradas “vítimas” da mudança climática na África.
A entidade facilitou o transporte de agricultores, granjeiros e pescadores do Quênia e da Tanzânia ao evento, no qual puderam falar das conseqüências provenientes das modificações do clima e do regime de chuvas.
Estas “testemunhas da mudança climática”, como foram apresentadas, explicaram de que forma ciclos de chuva variaram durante as últimas décadas, e como as mudanças impedem previsões confiáveis para a agricultura, o que atinge a economia de milhares de famílias. Um deles, um pescador tanzaniano, descreveu o avanço do mar pelo litoral de seu povoado, que chegou a cerca de 200 metros nos últimos 50 anos. (Efe/ Estadão Online)