A Comissão Européia, o poder executivo da UE – União Européia dividiu-se na questão dos planos para forçar a indústria automobilística a cortar as emissões de dióxido de carbono, o principal gás responsável pelo aquecimento global. A comissão deve decidir, na próxima semana, sobre a adoção de propostas do comissário de meio ambiente, Stavros Dimas, para leis que criem metas obrigatórias de corte na poluição.
Dimas afirma que a indústria fracassou na tarefa de cortar a poluição conforme acordado em um acordo voluntário, firmado em 2004. A despeito disso, o comissário de Indústria, Guenter Verheugen, pede que os fabricantes tenham mais tempo. “Não se pode esperar que as leis apareçam neste ano”, disse o porta-voz de Verheugen, Ton van Lierop.
Sob o acordo voluntário, grandes fabricantes europeus, japoneses e coreanos concordaram em cortar as emissões de CO2 de seus carros em 25% sobre o índice de 1995, até 2008 ou 2009, com novos cortes previstos para 2012.
Até o momento, a UE informa que as emissões caíram 12,4%. “Não há meio de os fabricantes cumprirem a meta de 2008-9”, disse a porta-voz de Dimas, Barbara Helfferich.
A comissão já havia advertido a indústria de que metas obrigatórias seriam baixadas, se os acordos voluntários não surtissem efeito.
Espera-se que Dimas proponha leis que fixem o nível médio de poluição dos carros vendidos na Europa em um máximo de 120 gramas por quilômetro, até 2012. A média atual é de 163 gramas.
A indústria automobilística critica a idéia de metas obrigatórias, dizendo que elas elevarão custos e ameaçarão empregos, além de serem injustas, ao não contemplar outros setores da economia. Dimas, por sua vez, afirma que a tecnologia para a redução de emissões já está disponível para ser adotada. (AP/ Estadão Online)