Parlamentares de vários países discutem aquecimento global

Dezenas de legisladores de diversos países irão se reunir em fevereiro, em Washington (EUA), para um encontro que pretende ter como foco o combate à mudança climática. Elliot Morley, um membro do Parlamento britânico, disse a jornalistas que “uma mudança está claramente ocorrendo”, nos EUA e em outras partes, no modo de pensar sobre aquecimento global.

A reunião de cerca de 80 parlamentares, entre 14 e 15 de fevereiro, disse ele, será um fórum para testar idéias sobre políticas para a mudança climática, sem a pressão de se chegar a um compromisso formal. “Há a oportunidade para uma discussão muito mais aberta”, afirmou Morley.

Entre os participantes previstos estão o senador e possível candidato republicano á Presidência dos EUA, John McCain; o conselheiro de Segurança nacional do Japão, Yuriko Koike; o secretário de Meio Ambiente do Reino Unido, David Miliband; e a chanceler da Alemanha, Angela Merkel, deverá fazer um pronunciamento em vídeo.

A questão vem ganhando força no Congresso dos Estados Unidos, com a tomada de controle das casas legislativas pelo Partido Democrata, cujos líderes estão ansiosos para pôr a questão ambiental no topo da agenda nacional.

Grandes empresas americanas também já expressaram o temor de uma reação negativa da opinião pública frente à questão do aquecimento global, e importantes executivos de dez importantes corporações pediram que o presidente George W. Bush passe a apoiar reduções obrigatórias dos tipos de poluição que contribuem para a mudança climática.

O pedido dos empresários vem um dia antes do discurso sobre o Estado da União, no qual, espera-se, Bush delineará sua política para a questão climática. O presidente, até agora, vinha se opondo a limites obrigatórios para a emissão de poluentes, preferindo defender compromissos voluntários e investimento em novas tecnologias.

Os EUA, o maior poluidor do mundo, recusaram-se a assinar o Protocolo de Kyoto, acordo internacional que obriga que 35 nações industrializadas cortem suas emissões de gases causadores do aquecimento global. A administração Bush alega que o compromisso causaria graves danos à economia. (AP/ Estadão Online)