As geleiras terão praticamente sumido dos Alpes até 2050, advertiram cientistas, baseando-se no acúmulo de evidências de um derretimento lento, mas contínuo, dos glaciares continentais.
Na província austríaca do Tirol, o gelo vem encolhendo á taxa de 3% ao ano, o que significa uma perda anual de cerca de um metro, diz Roland Psenner, do instituto de Ecologia da Universidade de Innsbruck.
E 2050 é uma perspectiva otimista, disse ele: se a taxa de derretimento continuar como está, a maioria das geleiras já terá desaparecido até 2037.
“A densidade média dos glaciares nos Alpes é 30 metros, então parece praticamente certo que não haverá mais geleiras, exceto por algumas muito altas, que estão acima dos 4.000 metros”, afirmou.
Participantes de uma conferência regional sobre os Alpes, que ocorre anualmente em Alpbach, não chegaram a culpar diretamente o aquecimento global, mas pediram uma revisão das medidas preventivas para proteger os moradores dos vales que poderão ser inundados.
Correntezas formadas pelo degelo causaram graves enchentes que devastaram parte da Suíça no verão de 2005.
O degelo é um problema global, de acordo com o Serviço Mundial de Monitoração de Glaciares, baseado em Zurique. O grupo acompanha a “saúde” de 30 geleiras em nove cordilheiras do mundo, e diz que a massa média está desaparecendo de modo consistente.
As geleiras são a maior fonte de água doce do mundo, atrás apenas do gelo polar, que também está derretendo, segundo cientistas. (AP/ Estadão Online)