Governos federal, estadual e municipal unem-se para combate à dengue no Rio de Janeiro

O trabalho de prevenção à dengue no Rio de Janeiro será ampliado e realizado em conjunto entre os governos federal, estadual e municipal. O Plano Integrado de Combate à Dengue, reunindo as três esferas de governo, foi fechado nesta terça-feira (23), durante reunião entre o ministro da Saúde, Agenor Álvares, e os secretários de saúde do estado e do município, Sérgio Cortes e Jacob Kligerman.

Segundo o ministro, o governo federal vai investir R$ 50 milhões na execução imediata do plano. Álvares disse que recursos são repassados há cinco anos para os municípios erradicarem os focos de proliferação do mosquito transmissor da doença e que aquele que ficar mais de seis meses sem utilizar a verba terá o recurso bloqueado. “Hoje não pode haver, por parte do gestor, justificativa por falta de recursos para o combate à dengue. Mesmo no caso dos recursos repassados serem insuficientes, vamos analisar caso a caso para fazer o reforço”.

O ministro informou que o Plano Integrado de Combate à Dengue se baseia em três eixos: o primeiro estabelece as responsabilidades de cada governo e o segundo trata da capacitação dos agentes de saúde que executarão o trabalho e dos 2.400 agentes civis, jovens entre 15 e 16 anos, que serão treinados para os Jogos Pan-Americanos. O último eixo é a logística, a cargo do governo federal, com o objetivo de garantir a execução das ações, como verba, carros e bolsas que serão utilizados no trabalho de campo.

A primeira ação do plano será executada sexta-feira (26), com a reunião de dois mil agentes de saúde requisitados na capital e nos municípios da região metropolitana para o trabalho, entre eles os antigos mata-mosquitos da Funasa – Fundação Nacional de Saúde, que serão contratados temporariamente. O treinamento do grupo para combater o mosquito transmissor da doença, o Aedes aegypti, começará no dia 30 desse mês.

Além disso, disse Álvares, é preciso fazer um apelo à população, “para que entenda e se engaje conosco nesse esforço de combater a dengue. Muitas das ações acontecem nos domicílios e algumas famílias não permitem a entrada dos agentes”.

O ministro assegurou que o trabalho de combate à dengue será constante e não terá duração apenas de quatro meses para a realização dos Jogos Pan-Americanos, em julho. Ele admitiu que o Pan é um dos motivos das ações integradas de combate à dengue, mas destacou que o motivo principal objetivo é evitar mortes, com a repetição da epidemia ocorrida no Rio em 2002.

“Estamos com a mesma estratégia em outros estados e municípios. No Rio, estamos com essa preocupação em função do Pan-Americano, que é uma responsabilidade muito grande para o país, que é candidato a outros eventos esportivos. E nós queremos dar uma demonstração de que problemas como a dengue, por exemplo, não possam ser impeditivos”.

O Plano Integrado de Combate à Dengue será estendido a outros municípios do entorno do Rio de Janeiro. No próximo dia 31, o Comitê Gestor de Saúde da Região Metropolitana vai se reunir para avaliar a necessidade de cada prefeitura.

Nos próximos dias, a Defesa Civil do Rio vai avaliar o estado dos carros e kombis repassados pelo Ministério da Saúde. O trabalho de recuperação da frota será executado pelo estado. Se não houver condições, o Ministério vai contratar um serviço de transporte dos agentes.

Segundo dados da Secretaria Municipal de Saúde, este ano, o Rio de Janeiro registra menos casos de dengue em comparação a janeiro de 2006. Até agora, foram notificados 164 casos da doença, sendo 77 na região de Santa Cruz. Na localidade de Paciência, no mesmo bairro, houve suspeita de morte por dengue hemorrágica de uma mulher, mas exames comprovaram que a causa da morte foram complicações clínicas e que o vírus da doença era o do tipo 3, e não o hemorrágico. Agentes de saúde trabalham em Santa Cruz desde o dia 13 deste mês. (Norma Nery/ Agência Brasil)