Pesquisadores revelaram as tumbas de um mordomo e de um escriba dos faraós, que ficaram sob as areias por mais de 3.000 anos. Esses túmulos, juntamente com os sarcófagos de um sacerdote e sua amante, foram descobertos no início do ano em Saqqara, perto da famosa pirâmide de degraus do rei Djoser – a mais antiga pirâmide do Egito.
“As areias de Saqqara revelam muitos segredos”, disse o chefe de antiguidades do Egito, Zahi Hawass, ao conduzir os jornalistas pela tumba de tijolos de argila do escriba Ka-Hay e de sua mulher, sepultados há 4.000 anos.
“Não parece muita coisa porque foi construída com argila, não rocha, mas acredito mesmo que esta tumba é muito importante”, disse Hawass. “Este tipo de tumba pode enriquecer nosso conhecimento sobre as pessoas que viviam em torno dos reis de Saqqara, 4.200 anos atrás”.
A tumba conta com uma porta de madeira, por onde os antigos egípcios acreditavam que a alma deixaria o túmulo. A porta está gravada com imagens e hieróglifos.
Ao sul da pirâmide de degraus, arqueólogos apresentaram uma segunda tumba, pertencente a um mordomo que morreu 3.350 anos atrás. Escavada na rocha, o túmulo contém murais que representam pessoas realizando ritos e macacos comendo frutas. As cores da pintura estão surpreendentemente bem preservadas.
Hawass também apresentou dois sarcófagos, de 4.000 anos, que foram encontrados ao sul da pirâmide de degraus. Os sarcófagos, pintados de cor de laranja e com hieróglifos azuis, contêm caixões de formato humano, chamados antropóides, nos quais fazem as múmias de um sacerdote e de sua namorada, diz o especialista. (AP/ Estadão Online)